Artes, perguntado por oriharaHY, 10 meses atrás

Alguém saberia me dizer qual é o CORO completo da peça "O mito de pandora"
Por favor alguém pode me ajudar?

Soluções para a tarefa

Respondido por matheus8135
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Pela arte de rua e resistência, Coletivo Caixa de Pandora completa um ano

Com o teatro de lambe-lambe, grupo incentiva a ocupação de espaços públicos
Foto: Amanda Bicca/Beta Redação

Entre as histórias da mitologia grega, está a Caixa de Pandora. O mito fala sobre a rivalidade entre Zeus e os irmãos titãs Epimeteu e Prometeu. Uma das vinganças de Zeus foi a criação de Pandora, a primeira mulher. Ela recebeu dons de diversos deuses, como sabedoria, bondade e beleza. Pandora foi enviada à Terra e casou com Epimeteu. Com ela, trouxe de presente de casamento enviado por Zeus um caixa, com uma única instrução: que não a abrisse. A mulher, que entre os dons recebeu a curiosidade, abriu a caixa. De lá saíram maldições como doenças, guerras, pobreza e morte. O que restou na caixa foi esperança.

Em Porto Alegre, um grupo acredita que o mito traz mais ensinamentos e reflexões do que aparenta. “Pandora foi uma libertadora. Ela representa a nossa curiosidade que é primitiva. Assim como quando se come a maçã do conhecimento, não se está cometendo um pecado. Pandora não abriu uma caixa de males. Provavelmente ela abriu uma caixa de sabedoria”, explica um dos criadores do coletivo Caixa de Pandora, Anderson Gonçalves, 33 anos.

O coletivo, ao contrário da história, instiga as pessoas a abrirem caixas. Ou então, a darem uma espiadinha dentro delas. É esse o objetivo do teatro de lambe-lambe, onde através de pequenos espaços e peças, ocorrem diferentes espetáculos. Diferentes histórias são contadas para adultos e crianças, sem limites para a imaginação. Tudo o que é preciso para ser transportado para outro universo, é um fone de ouvido e muita atenção aos movimentos no “palco” improvisado no meio das praças. O artista Alexandre Kleine, por exemplo, apresenta o espetáculo A Caixa. “Existe um roteiro e a história vai se desenvolvendo dentro dessa caixa. Cada peça dura cerca de dois ou três minutos”, conta.

Em maio, o coletivo completou um ano. Desde a sua criação, foram realizadas apresentações, oficinas e o grupo foi crescendo aos poucos. “Comecei a ir sozinho para a rua com a minha caixa. Um companheiro se interessou pela linguagem e quis fazer a dele. O que eu senti nessas saídas, é que havia uma grande diferença entre ir sozinho para a rua e em grupo. Comecei a pesquisar mais e descobri que no centro do país existiam coletivos que trabalhavam com teatro em miniatura. Artistas individuais, que tinham suas caixas, seus espetáculos e que se juntavam para fazer atividades. Aquela ideia me interessou e então surgiu a ideia de criar o coletivo”, diz Anderson.

Junto com mais dois caixeiros, Alexandre Kleine e Leandro Silva, o Caixa de Pandora foi criado. Atualmente, o grupo tem 14 participantes, cinco deles oriundos de um projeto do próprio coletivo chamado Vivência em Teatro Lambe-lambe. Na oficina, eles ensinam todo o processo de confecção das caixas.

Além de outros eventos, a cada 15 dias são realizadas apresentações na feira orgânica da Redenção. Para Anderson, a ocupação das ruas é um dos principais objetivos do coletivo. “Existe essa necessidade de levar arte para a rua, ressignificando e ocupando os espaços que estão passando por uma espécie de isolamento. Com o tempo fomos cativando e conquistando um público que hoje já nos conhece, nos segue, participa dos eventos que a gente realiza. Isso é muito significativo porque mostra que os espaços públicos devem ser ocupados com atividades artísticas, que a arte tem papel importante. Infelizmente ainda temos um grande preconceito com o artista de rua e precisamos mudar isso”.

As poucas moedas no chapéu, símbolo da contribuição livre pedida pelo artista de rua, é um dos exemplos dessa mudança que Anderson incentiva. “Tem gente que acha que o artista que está na rua é um artista menor e que se ele não está dentro de uma programação, em um espaço fechado, de um teatro, com luzes e técnicas ele é menos importante”, comenta Anderson. Embora, segundo ele, Porto Alegre seja uma cidade com muita efervescência cultural, há um preconceito com a idealização do artista de rua e isso reflete, muitas vezes, na renda de seu espetáculo. “São relações importantes de se pensar. Se você vai com a sua família no teatro e paga vinte reais por pessoa, por exemplo, o quanto se gasta na rua tendo a mesma diversão? Isso demonstra a mesma dificuldade que nós temos de acessar o público”, questiona o coordenador do Caixa de Pandora.

A grande solução proposta pelo coletivo está justamente na resistência. O Caixa de Pandoraacredita na arte e na rua. Através de mais e mais apresentações em praças e parques, o grupo mostra para o público o quanto o artista de rua deve ser valorizado. Pelo seu esforço, pelas confecções, obras e ideologias. “O Caixa de Pandora está nessa história, batalhando e levando o teatro de bonecos para as ruas e isso nos dá um prazer muito grande”, finaliza Anderson.

oriharaHY: vlw
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