Alguém sabe a analise do poema " À Mesa " de Augusto dos Anjos.
Soluções para a tarefa
Análise:
O poema de Augusto dos Anjos sugere uma proximidade entre humano e animal. O homem come da carne (coisa hedionda) feita pelo homem, o que trata como canibalismo, já que os animais são semelhantes ao homem:
Cedo à sofreguidão do estômago. É a hora
[...]Para comer meus próprios semelhantes
Eis-me sentado à mesa!
(sofreguidão, é o desejo sem medida, comer e beber com avidez, dá pra entender como gula também.)
O autor também faz uma crítica ao lugar em que o homem se encontra: O mesmo que as moscas, repugnantes e sugadoras de sangue. E assim coloca o homem como seu semelhante também.
[...]Antegozando a ensanguentada presença
Rodeado pelas moscas repugnantes,
Para comer meus próprios semelhantes
(antegozar: gozar precipitadamente, antecipadamente)
Augusto não entende porquê o homem come o seu semelhante, mesmo sendo dotado de Razão. Apenas a terra será capaz de julgá-lo por isso no fim, como se esta fosse uma vingança da natureza.
[...]Como! E pois que a Razão me não reprime,
Possa a terra vingar-se do meu crime
Comendo-me também.
À mesa, então nada mais é, do que uma crítica ao modo de como o homem age mesmo sabendo que há certa desmoralidade dentro disso. Ele é um canibal, um sanguessugas, e apenas a natureza poderá fazer o seu juízo final.
À mesa
Cedo à sofreguidão do estômago. É a hora
De comer. Coisa hedionda! Corro. E agora,
Antegozando a ensanguentada presa,
Rodeado pelas moscas repugnantes,
Para comer meus próprios semelhantes
Eis-me sentado à mesa!
Como porções de carne morta... Ai! Como
Os que, como eu, têm carne, com este assomo
Que a espécie humana em comer carne tem!...
Como! E pois que a Razão me não reprime,
Possa a terra vingar-se do meu crime
Comendo-me também.