História, perguntado por Sylvinhaaa7, 10 meses atrás

Alguém poderia resumir o que foi a "LUTA PELA CIDADANIA"?
PS:É urgente

Anexos:

Soluções para a tarefa

Respondido por ana368253
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A Luta pela cidadania

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Mais do que a falta de recursos, urge erradicar a dependência continuada

Nas análises sobre a pobreza e exclusão, pobres e excluídos não são, frequentemente, tidos em consideração. São abordados como “objectos” e não como verdadeiros sujeitos. Mas, afinal, quem são os pobres? São aqueles que debatendo-se com a privação e a falta de recursos, vivem na dependência. Mais do que a falta de recursos, é a dependência continuada que urge erradicar.

O contrário da dependência é a autonomia. Os pobres não têm somente direito à assistência, mas sobretudo direito a serem homens e mulheres como tal considerados. Os indivíduos ainda que pobres, são cidadãos.

A cidadania implica a total autonomia na condução da vida própria, sempre num dado contexto social. A disposição de recursos aliada a essa vontade, serve a realização de um projecto de vida em sociedade com plena dignidade pessoal.

Os pobres em luta pela cidadania têm que ser capazes de quebrar as cadeias da sua dependência. Apoiados nas instituições que a eles se dedicam

Definindo a pobreza pela dependência, há que proceder à avaliação das instituições que nascem e se desenvolvem à sua volta, por mais louváveis que sejam e se apresentem

A sociedade solidária é incompatível com fortes ventos de neoliberalismo que sopram em todas as direcções.

A pobreza e a exclusão social não resultam de causas simples facilmente controláveis. São a consequência de sucessivos insucessos que levam as pessoas a becos sem saída, não sendo possível resolver o problema se, simultaneamente, são aplicadas políticas contraditórias. É a situação estrutural sócio-económica que produz a pobreza e a exclusão. Mas é a mesma situação estrutural que, para se perpetuar, tenta minimizar os efeitos perversos do seu funcionamento.

Quando se salienta a luta pela cidadania, quer-se relevar o despertar da consciência de que, mais que o direito a uma sobrevivência – ou em simultâneo – importa afirmar o direito a viver com dignidade em sociedade. A busca de dignidade começa por ser tarefa de cada um e realiza-se mediante a integração social.

A uma lógica assistencial deve opor-se uma lógica de integração, por só a pessoa integrada sabe e pode enfrentar os problemas. O sucesso das acções empreendidas pelas instituições, deve medir-se pelo número de pessoas que deixam de ter necessidade de um apoio directo e se tornam autónomas quanto aos meios de subsistência. A lógica da integração é a única que põe em acção dinamismos que vão ao encontro da multicausalidade da pobreza.

Definindo a pobreza pela dependência, há que proceder á avaliação das instituições que nascem e se desenvolvem à sua volta, por mais louváveis que sejam esse apresentem.

A sociedade solidária é incompatível com os fortes ventos de neoliberalismo que sopram em todas as direcções. A luta a favor de uma autonomia é, na verdade, muito desigual no quadro do neoliberalismo. Domina nele a lei do mercado, que não é mais do que a lei do mais forte, privado do sentimento de humanidade. De fora ficam os menos munidos de capitais com valor nesse mercado e os desprotegidos.

Quando aqueles que vivem em privação adquirirem uma consciência da sua dignidade pessoal, quando assumirem, como tarefa própria, a luta pela cidadania e entenderem essa cidadania como plena participação social e política assente na autonomia, as instituições sociais perdem a sua feição habitual de amortecedores de tensões e de conflitos e passam a ter o carácter instrumental que lhes cabe de ajudarem cada um a ser pessoa solidária com outras pessoas.

Se as instituições assistenciais, privadas ou sustentadas pelo Estado, não assumem esta postura, manter-se-ão ao longo do tempo, mas ao preço de conservarem largos segmentos da população desintegrados da sociedade, constituindo para ela peso e ameaça.

O problema da pobreza e da exclusão, se exige um forte investimento nas pessoas, requer igualmente acções globais que envolvam as políticas económicas, a escola e a família.

Os pobres, devidamente apoiados, devem pôr-se em busca da cidadania, para si e como acção sua, em vez de esperarem que alguns busquem a cidadania para os pobres, enquanto acção de outros.


ana368253: espero ter ajudado
Sylvinhaaa7: Ajudou muito, muito obrigado Mbb
ana368253: d nada
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