História, perguntado por thayssssss68, 11 meses atrás

Alguém pode fazer um resumo que dê uma folha, sobre o catolicismo contemporâneo??

Preciso muito de ajuda.

Soluções para a tarefa

Respondido por gb260901p6auy1
1

Com base dos dados do Censo de 2000, realizado

pelo IBGE, o catolicismo continua sendo a

religião majoritária do Brasil, envolvendo cerca de

125 milhões de membros, ou seja, três quartos da

população brasileira (73,8%). Mas se os números

absolutos mostram essa presença massiva, o olhar

atento sobre os censos brasileiros, sobretudo a

partir da segunda metade do século passado, já

revela uma progressiva redução de membros.

Em sua clássica análise dos censos de 1940, 1950

e 1960, Cândido Procópio Camargo já havia

pontuado essa “tendência geral para um declínio

moderado, mas constante, de adeptos da Igreja

Católica” (1). Mas foi sobretudo a partir dos anos

80 que a porcentagem de católicos foi declinando

cada vez mais: 90% em 1980, 83,3% em 1991

e 73,8% em 2000. Entre os dois últimos censos

(1991 e 2000) a população católica cresceu um

pouco mais de três milhões, e continua crescendo,

mas em taxas bem inferiores às do crescimento

populacional. Esse aumento “esconde,  

16 REVISTA USP, São Paulo, n.67, p. 14-23, setembro/novembro 2005

amplo como certas análises dão a entender.

Os dados do último censo dão razão a

Antônio Flávio Pierucci quando contesta

a pretensa e ampla diversidade religiosa

no Brasil. Na verdade, a soma da declaração

de crença dos católicos e evangélicos

nesse censo beira os 90%. Com a exclusão

daqueles que se declaram “sem religião”, a

diversidade religiosa fi ca concentrada em

3,5% da população brasileira. Para Pierucci,

é o “espectro do monoteísmo” que ainda

predomina no Brasil, com todos os seus

desdobramentos exclusivistas (4). Mas já se

começa a apontar para uma situação nova,

marcada pela “destradicionalização” e pela

pluralização do campo religioso.

A COMPLEXIDADE DO CAMPO

RELIGIOSO CATÓLICO

O catolicismo no Brasil revela uma

grande complexidade. Trata-se de um

campo religioso caracterizado por grande

diversidade. A pluralidade é um traço

constitutivo de sua confi guração no Brasil.

Na lúcida visão de Pierre Sanchis, o modo

como se fi rma a identidade católica no país

envolve “mecanismos de fagocitose” bem

peculiares, que traduzem uma roupagem

singularmente plural: “há religiões demais

nesta religião” (5). Impressiona também

a capacidade de adaptação e ajustamento

dessa religião às novas situações: “quando

observada de perto, vemos como ela se abre

e se permite diversifi car, de modo a oferecer,

em seu interior, quase todos os estilos de

crença e de prática da fé existentes também

fora do catolicismo” (6). Os diversos

censos realizados no Brasil não conseguem

captar essa plasticidade religiosa, e muito

menos a realidade cada vez mais presente

do trânsito religioso ou da dupla (ou tripla)

pertença religiosa. Indaga-se sobre a

a identidade religiosa do informante, mas

deixa-se escapar suas práticas e crenças (7).

No caso do catolicismo, constata-se que

o número de praticantes, ao contrário da

tradição protestante, é reduzido se compana

realidade, um diferencial negativo de

16 milhões, se o crescimento dos católicos

tivesse se dado no mesmo ritmo que

o da população brasileira, ao longo desse

período” (2).

O Censo de 2000 não apenas revela

fi ssuras na tradicional hegemonia católica,

mas indica também o crescimento

dos evangélicos e dos “sem religião”, que

alcançaram, respectivamente, índices de

15,4% e 7,3% da população brasileira. Mas

vale ressaltar que o crescimento evangélico

deve-se sobretudo à expansão pentecostal,

que responde sozinha por 10,4% do percentual

evangélico. É

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