Alguem pode fazer um breve comentario sobre "macunaima" ?
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Macunaíma de Mário de Andrade é apropriado para qualquer pessoa ler.
O que foi censurado foi o filme, feito durante o governo militar, dirigido por Joaquim Pedro de Andrade, em 1967, e liberado pela censura em 1969, ocasião em que assisti.
Eis um trecho de uma entrevista que esclarece com relação ao assunto:
Poucos levaram tão a sério a recomendação de Mário de Andrade de atualizar sempre a ortografia do ´Macunaíma´ quanto o diretor Joaquim Pedro de Andrade. Em 1967, ele traduziu cinematograficamente a rapsódia, com roteiro de sua autoria.
Por problemas com a censura, o filme só chegou aos cinemas dois anos depois. Estrelado por Grande Otelo, Paulo José, Dina Staf e Milton Gonçalves, o longa-metragem é um marco do Cinema Novo. Nele, o cineasta promove uma fusão de linguagens, da oralidade transcriada por Mário em seu romance à encenação teatral que empresta consistência a uma trama mítica. No filme, Joaquim Pedro de Andrade apresenta um Macunaíma imerso naquele período histórico, pós-Golpe Militar de 1964. Destaque para a personagem Ci, transformada no filme em guerrilheira urbana. O filme foi lançado em DVD. MACUNAÍMA (RESUMO)
Rapsódia escrita em 1926 e publicada em 1928, traz uma variedade de motivos populares que Mário de Andrade juntou de acordo com as afinidades existentes entre eles. Trata-se de uma espécie de "coquetel" do folclórico e do popular do Brasil. Mário de Andrade mistura o maravilhoso e o sobre-humano ao retratar as façanhas de um herói que não apresenta rigorosos referenciais espaço-temporais – Macunaíma é o representante de todas as épocas e de todos os espaços brasileiros. Macunaíma, que leva o subtítulo de "herói sem nenhum caráter", é também o nome do personagem central, um herói ameríndio que trai e é traído, que é preguiçoso, indolente, mas esperto e matreiro, individualista e dúbio.
Destituído da auréola idealizada dos românticos, Macunaíma é o índio moderno, múltiplo e contraditório. Nasce na selva, filho de uma índia tapanhumas, fala tardiamente e só anda quando ouve o som do dinheiro. Vira príncipe e trai o irmão Jiguê ao brincar com as cunhadas, primeiro Sofará e depois Iriqui. Vira homem e mata a mãe, enganado por Anhangá. Casa-se com Ci, a mãe do mato, guerreira amazonas da tribo das Icamiabas. Macunaíma torna-se o Imperador do Mato Virgem. Após seis meses, tem um filho. A criança morre, transformando-se em planta do guaraná. Ci, cansada e desiludida, vira a estrela Beta da Constelação Centauro. Antes de morrer, porém, Ci deixa ao esposo a muiraquitã, uma pedra talismã que lhe daria a garantia de felicidade.
Mas o herói perde a pedra que acaba nas mãos do rico comerciante peruano Venceslau Pietro Pietra, colecionador de pedras em São Paulo. Em companhia de seus dois irmãos – Maanape e Jiguê – vem para São Paulo a fim de reconquistar a pedra, que simboliza seu próprio ideal. Porém, Venceslau, que está disfarçado de comerciante, é na verdade o gigante Piaimã, comedor de gente; por isso, as investidas de Macunaíma contra ele não dão resultado. Só depois de apelar para a macumba Macunaíma consegue derrotar o gigante. Reconquistada a pedra, Macunaíma retorna ao Amazonas e se deixa atrair pela Iara, perdendo definitivamente a pedra. Como já não vê mais graça no mundo, vai para o céu, onde se transforma em estrela da Constelação Ursa Maior, ficando relegado ao brilho inútil das estrelas.
O que foi censurado foi o filme, feito durante o governo militar, dirigido por Joaquim Pedro de Andrade, em 1967, e liberado pela censura em 1969, ocasião em que assisti.
Eis um trecho de uma entrevista que esclarece com relação ao assunto:
Poucos levaram tão a sério a recomendação de Mário de Andrade de atualizar sempre a ortografia do ´Macunaíma´ quanto o diretor Joaquim Pedro de Andrade. Em 1967, ele traduziu cinematograficamente a rapsódia, com roteiro de sua autoria.
Por problemas com a censura, o filme só chegou aos cinemas dois anos depois. Estrelado por Grande Otelo, Paulo José, Dina Staf e Milton Gonçalves, o longa-metragem é um marco do Cinema Novo. Nele, o cineasta promove uma fusão de linguagens, da oralidade transcriada por Mário em seu romance à encenação teatral que empresta consistência a uma trama mítica. No filme, Joaquim Pedro de Andrade apresenta um Macunaíma imerso naquele período histórico, pós-Golpe Militar de 1964. Destaque para a personagem Ci, transformada no filme em guerrilheira urbana. O filme foi lançado em DVD. MACUNAÍMA (RESUMO)
Rapsódia escrita em 1926 e publicada em 1928, traz uma variedade de motivos populares que Mário de Andrade juntou de acordo com as afinidades existentes entre eles. Trata-se de uma espécie de "coquetel" do folclórico e do popular do Brasil. Mário de Andrade mistura o maravilhoso e o sobre-humano ao retratar as façanhas de um herói que não apresenta rigorosos referenciais espaço-temporais – Macunaíma é o representante de todas as épocas e de todos os espaços brasileiros. Macunaíma, que leva o subtítulo de "herói sem nenhum caráter", é também o nome do personagem central, um herói ameríndio que trai e é traído, que é preguiçoso, indolente, mas esperto e matreiro, individualista e dúbio.
Destituído da auréola idealizada dos românticos, Macunaíma é o índio moderno, múltiplo e contraditório. Nasce na selva, filho de uma índia tapanhumas, fala tardiamente e só anda quando ouve o som do dinheiro. Vira príncipe e trai o irmão Jiguê ao brincar com as cunhadas, primeiro Sofará e depois Iriqui. Vira homem e mata a mãe, enganado por Anhangá. Casa-se com Ci, a mãe do mato, guerreira amazonas da tribo das Icamiabas. Macunaíma torna-se o Imperador do Mato Virgem. Após seis meses, tem um filho. A criança morre, transformando-se em planta do guaraná. Ci, cansada e desiludida, vira a estrela Beta da Constelação Centauro. Antes de morrer, porém, Ci deixa ao esposo a muiraquitã, uma pedra talismã que lhe daria a garantia de felicidade.
Mas o herói perde a pedra que acaba nas mãos do rico comerciante peruano Venceslau Pietro Pietra, colecionador de pedras em São Paulo. Em companhia de seus dois irmãos – Maanape e Jiguê – vem para São Paulo a fim de reconquistar a pedra, que simboliza seu próprio ideal. Porém, Venceslau, que está disfarçado de comerciante, é na verdade o gigante Piaimã, comedor de gente; por isso, as investidas de Macunaíma contra ele não dão resultado. Só depois de apelar para a macumba Macunaíma consegue derrotar o gigante. Reconquistada a pedra, Macunaíma retorna ao Amazonas e se deixa atrair pela Iara, perdendo definitivamente a pedra. Como já não vê mais graça no mundo, vai para o céu, onde se transforma em estrela da Constelação Ursa Maior, ficando relegado ao brilho inútil das estrelas.
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