Filosofia, perguntado por raquelgamstt, 1 ano atrás

Alguém pode escrever sobre a teoria do iung???

Soluções para a tarefa

Respondido por alice6610
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Para abordar esse tema, é preciso primeiro conhecer alguns dos principais tópicos da teoria de Carl Gustav Jung e também um pouco de sua trajetória. Jung atuava na psiquiatria quando conheceu o trabalho de Freud que, na época, já se coadunava com seu pensamento e passou a contribuir muito para o atendimento de seus pacientes.

Assim começou a união entre esses dois pensadores, o que colaborou muito para o crescimento pessoal e profissional de ambos, possibilitando o surgimento e desenvolvimento de duas grandes teorias da psicologia, um legado muito valioso nos consultórios, entre outras áreas, até os dias de hoje.

Duas teorias foram citadas porque eles não permaneceram unidos por muito tempo. Isso porque após divergências em seus pensamentos, foi necessário que cada um seguisse e desenvolvesse seu próprio caminho. Dessa maneira, Freud continuou enriquecendo sua psicanálise e Jung criou sua psicologia analítica, estudando em paralelo temas como mitologia, cultura e literatura, religião e alquimia e os utilizando em sua teoria, interessado em saber os efeitos psíquicos desses temas nos homens e em fazer analogia com o funcionamento da psique. Hoje elas são consideradas duas abordagens diferentes dentro da psicologia, mas é importante saber que a psicologia analítica possui muitos fundamentos da psicanálise, pois tem esta em sua base. A análise junguiana está então, dentro da corrente psicanalítica, porque trabalha com o inconsciente.

E a postura do analista seria a de um observador e ouvinte que analisa tudo que o paciente traz, colocando-se atrás do mesmo para não interferir em seu processo e deixá-lo o mais a vontade possível. Pelo menos foi essa a postura que Freud passou na época, com o uso do divã.

Na psicologia analítica o psicólogo deixa o paciente livremente, mas não tanto assim, fazendo intervenções quando necessário e conduzindo ou orientando o discurso, não de maneira a influenciar, mas de modo a manter o indivíduo em seu discurso, não permitindo que ele perca o foco e vá para caminhos que, muitas vezes, podem ser distrações a serviço da resistência e de mecanismos de defesa. A postura do analista nesse caso já é diferente, pois ele se coloca como uma outra personalidade a frente do paciente, mostrando-se como uma outra pessoa passando pelos mesmos processos que o outro, apenas mais analisado e treinado para que possa ajudá-lo. Com isso, Jung defendia que a personalidade do analista está envolvida e também era um dos fatores que determinava aquela relação e aquele processo. Defendia ainda, que ambos estavam numa jornada, aprendendo, se descobrindo e se influenciando mutuamente, em busca de seus inconscientes.

Dois fatores foram decisivos na cisão do relacionamento entre Jung e Freud, suas discordâncias a respeito da natureza do inconsciente e sobre a libido. Para Freud o inconsciente é visto como o repositório de memórias e pulsões negadas e/ou reprimidas da consciência desde o nascimento até a morte da pessoa, cujos conteúdos são oriundos principalmente da infância e lutam sempre para vir à consciência. Sua manifestação trazia à tona o que a censura permitia passar pelos mecanismos de defesa. Nos sonhos, as imagens oníricas vinham o mais disfarçadamente possível, para que pudesse passar pela censura, e possuíam o objetivo de realização de desejos reprimidos ou vinham simplesmente porque eventos da vida ou conflitos interiores surgiam incomodando a consciência, fazendo com que tais conteúdos se manifestassem através dos sonhos.

Jung partilhava dessa opinião, mas acrescentou que, além disso, o inconsciente possuía outro aspecto além do pessoal, que seria sua parte coletiva, onde estariam presentes os arquétipos, que são imagens primordiais herdadas por todos devido ao fato de tais situações terem se repetido tantas vezes nas psiques na história da humanidade. Para Jung as imagens dos sonhos e das fantasias não vêm daquela forma difícil de ser entendida porque a censura atua para que o sujeito não se depare com o material recalcado, mas sim porque é próprio do inconsciente se comunicar de forma simbólica (e o próprio conceito de símbolo diz que nunca poderemos esgotá-lo totalmente, ficando um aspecto seu sempre inconsciente), ou seja, não porque vem disfarçado, mas sim porque o inconsciente só sabe se manifestar dessa maneira, não possuindo uma linguagem mais semelhante a que temos na consciência. Por isso é importante saber as associações do paciente, pois se o inconsciente dele usou tais imagens, é importante ver a relação que ele tem com elas. O objetivo do inconsciente é passar uma mensagem, ser reconhecido e integrado, compensar a atitude da consciência e proporcionar maior plenitude ao homem, e só não faz isso de forma mais clara porque não possui as ferramentas necessárias, fazendo então à sua maneira, mas isso não significa que ele tenta dificultar disfarçando, para proteger a consciência.

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