Filosofia, perguntado por mclarabb035, 4 meses atrás

alguém pode criar uma história pra mim sobre feminecidio?por favor ​

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Respondido por anafau61
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Resposta: Adriana Costa de Alvarenga e Marcos Braz Wagner viveram juntos por dezesseis anos e tiveram quatro filhos. Em 12 de maio de 2020, Wagner matou a mulher na frente dos filhos, na mesma favela da Zona Oeste do Rio onde o casal sempre viveu. A morte foi um dos 648 feminicídios registrados no país no primeiro semestre do ano passado, de acordo com o Anuário 2020 do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Mais que isso, reflete o perfil típico das mulheres assassinadas por serem mulheres. Dados consolidados para o ano de 2019 mostram que, das vítimas de feminicídio, 66,6% eram negras, 66,4% estudaram até o ensino fundamental (completo ou incompleto); 56,2% tinham de 20 a 39 anos, e 89,9% foram mortas pelo companheiro ou ex-companheiro. Adriana, negra, 28 anos, com ensino fundamental incompleto, assassinada pelo marido, reunia todas essas características.

No mundo do feminicídio, do crime típico ao crime mais comentado, há um abismo: busca simples no Google por “feminicídio” realizada no dia 9 de março, um dia depois do Dia Internacional da Mulher, mostra que as diversas reportagens sobre o tema falam do aumento de casos na pandemia, de estudos e debates sobre o assunto, além de mostrarem muitos números. Também surgiram reportagens sobre casos recentes, como o da dentista pernambucana Emelly Nayane da Silva Ribeiro, morta pelo ex-marido no Recife, no último dia 22 de fevereiro; o assassinato da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi pelo ex-marido, Paulo José Arronenzi, na presença das três filhas, na véspera do Natal de 2020; o de Úrsula Bahillo, vítima de feminicídio na Argentina em fevereiro (publicação de 8/3); o de Arlete Gomes Santos, estudante morta a facadas pelo companheiro no último dia 5, em Águas de Lindoia; e de Priscila Ferreira, morta a facadas pelo ex-namorado na Baixada Fluminense, no último dia 6. Se a busca for por “vítimas de feminicídio”, usando o mesmo filtro de “notícias”, idem: surgem reportagens com números, debates sobre o tema, pouquíssimas histórias – as mesmas já citadas.

Por isso mesmo, a história de Adriana não é exemplar apenas para ilustrar o perfil da vítima mais comum de feminicídio. Resume também a invisibilidade que encobre boa parte dessas mortes.

Explicação:

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