alguém para fazer tudo o resumo do livro as filhas do Falecido Coronel ?
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A epígrafe fez parte de um discurso proferido por Virgínia Woolf para a National Society for Women's Service em 21 de janeiro de 1931 e publicado post mortem em 1942. A reflexão da autora inglesa discute a questão da mulher no campo profissional, demonstrando que os conflitos experimentados pelo feminino acontecem através do tensionamento entre a sua vontade de exercer uma atividade profissional e o modelo que lhe é imposto pela sociedade que a exclui desse espaço. Segundo Virgínia Woolf, a mulher que tenta sair do circuito privado (espaço da casa), esbarra em um espectro que a faz recuar. A autora, que experimentou esses embates, argumenta que se deve matar o fantasma ou Anjo da Casa, como ela mesma chama, aquela voz feminina que tenta fazer a mulher vacilar, fazendo-a lembrar de que não deve desviar-se do "seu" comportamento e missão. É umaa voz que parte de dentro, que atravessou séculos e que vigia a mulher, inibindo-a quando esta intenciona ocupar um outro espaço pré-determinado como não-feminino.
O conto de Katherine Mansfield traz a trajetória de duas mulheres Josephine e Constantia filhas de um coronel viúvo e doente que vem a falecer. Com a morte do pai, as filhas experimentam o conflito da ausência de um "referencial protetor". Mais ainda, experimentam a presença do fantasma do pai, ou seja, do que esse lugar representa no inconsciente dessas mulheres agindo como elemento cerceador. Lembremos de que as mulheres de classe média do século XIX só saíam da casa dos pais para formar uma outra família, portanto, a idéia era de que sempre haveria uma figura masculina que as guiassem: "- não consigo imaginar como eles conseguem sobreviver." (Constantia falando sobre os camundongos).
A falta de uma figura masculina desestabiliza e provoca na personagem uma inquietação, uma preocupação que a faz refletir sobre a sua vida. O trecho não mostra explicitamente a articulação que Constantia faz entre os camundongos e a sua existência, mas o fato de exteriorizar a sua incompreensão diante da sobrevivência dos camundongos que vivem livres, independentes de um provedor, acaba deixando uma lacuna a ser preenchida por ela mesma visto que o discurso deixa transparecer um questionamento e, portanto, uma instabilidade na condição em que sempre esteve envolvida.
As Filhas do Falecido Coronel é um texto predominantemente dialogal e preocupa-se em apresentar os embates e sensações experimentados pelas duas personagens femininas: os medos, as angústias, os mecanismos de evasão, a frustração, a insegurança, enfim reações que se exteriorizam através de situações que, por sua vez, refletem os impasses internos de cada uma. O primeiro deles se dá no início do conto quando Constantia e Josephine discutem o uso do luto dentro de casa. Acontece a primeira dúvida e a primeira resolução a tomar. Um problema do cotidiano se apresenta como um árduo obstáculo para duas mulheres tão acostumadas a não tomar resoluções. No entanto, o que parece relevante apontar é o caminho que a autora vai traçando para as duas mulheres que partem de uma situação/problema e o esforço de superá-lo. Através dessa operação se dá o amadurecimento das personagens, a tentativa de construir uma consciência de identidade feminina. Através da morte do pai essas mulheres vão se firmando e re-construindo as suas vidas . As dúvidas podem partir de situações do dia-a-dia como a escolha do cardápio para almoço até as mais complexas como a demissão ou não da empregada (Kate). Mas até chegar a esse ponto, as personagens insistem, resistem, desistem, retomam posições; esse processo que a autora procura enfocar traduz a experiência do feminino em apre(e)nder o mundo através dos próprios olhos, das suas próprias ações, partindo das suas próprias reflexões dando certo ou não.