Alguém me passa uma redação sobre "Pós-abolição da escravatura no Brasil"
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Resumo em Português A presente pesquisa é o resultado das investigações das espacialidades das tradições afroreligiosas do candomblé e da macumba paulista da primeira metade do século XX. Buscou-se abranger o Estado de São Paulo, sobretudo o município de São Paulo. Desta forma, evidenciamos as relações, muitas vezes de tensão, dessas religiões afrobrasileira travadas neste espaço geográfico. Empreendeu-se uma tentativa de compreensão e interpretação, a mais ampla possível, da gênese e da formação da macumba paulista, bem como do candomblé no contexto da ainda recente pós-abolição da escravatura no Brasil. Esta pesquisa simultaneamente evidencia qual o significado e o sentido social destas tradições, presentes no Sudeste brasileiro, neste contexto histórico.
A campanha que culminou com a abolição da escravidão, em 13 de maio de 1888, foi a primeira manifestação coletiva a mobilizar pessoas e a encontrar adeptos em todas as camadas sociais brasileiras. No entanto, após a assinatura da Lei Áurea, não houve uma orientação destinada a integrar os negros às novas regras de uma sociedade baseada no trabalho assalariado.
Esta é uma história de tragédias, descaso, preconceitos, injustiças e dor. Uma chaga que o Brasil carrega até os dias de hoje.
Uma das percepções mais agudas sobre a questão foi feita em 1964 pelo sociólogo Florestan Fernandes (1920-1995). Em um livro clássico, chamado A integração do negro na sociedade de classes, ele foi ao centro do problema:
“A desagregação do regime escravocrata e senhorial se operou, no Brasil, sem que se cercasse a destituição dos antigos agentes de trabalho escravo de assistência e garantias que os protegessem na transição para o sistema de trabalho livre. Os senhores foram eximidos da responsabilidade pela manutenção e segurança dos libertos, sem que o Estado, a Igreja ou qualquer outra instituição assumisse encargos especiais, que tivessem por objeto prepará-los para o novo regime de organização da vida e do trabalho. (...) Essas facetas da situação (...) imprimiram à Abolição o caráter de uma espoliação extrema e cruel”.
As razões desse descaso ligam-se diretamente à maneira como foi realizada a libertação.
Várias causas podem ser arroladas como decisivas para a Abolição, algumas episódicas e outras definidoras. É possível concentrar todas numa ideia-mestra: o que inviabilizou o escravismo brasileiro foi o avanço do capitalismo no País. Longe de ser um simplismo mecânico, a frase expressa uma série de contradições que tornaram o trabalho servil não apenas anacrônico e antieconômico, mas sobretudo ineficiente para o desenvolvimento do País. Com isso, sua legitimidade passou a ser paulatinamente questionada.
Dnd.