alguém me ajudar a fazer uma resenha crítica sobre a inquisição
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Resposta:
Inquisição, 200 anos depois de seu fim: o que era, o que ficou e o quanto somos fruto dela?
instaurados e sentenças impostas a suas vítimas, bem como sobre os funcionários que davam vida à instituição, tendo como contraponto os demais tribunais enraizados na América hispânica.
Em Entre a Cruz e a Menorá: uma tipificação possível para o estudo do criptojudaísmo no contexto da Inquisição portuguesa (XVI–XVIII), artigo de Anderson Moura, são examinados os comportamentos dos cristãos-novos que costumeiramente atraíam a vigilância inquisitorial. Em um esforço de definição conceitual, o texto aborda a religiosidade multifacetada deste grande grupo que constituiu o principal alvo da Inquisição portuguesa – os cristãos-novos.
Fernando Oliveira Júnior e Raquel Parmegiani trazem, em O sabá oculto em A orgia dos duendes e a bruxa como o outro, um estudo sobre os impactos dos estereótipos que marcaram a perseguição à magia e à feitiçaria pelos tribunais inquisitoriais modernos na poesia gótica de Bernardo de Guimarães.
Por fim, Ronaldo Vainfas, em Sacralidade erótica em processos inquisitoriais portugueses, analisa o processo de Joseph Rodrigues Manteigas, pensando as relações de gênero no Portugal Moderno a partir dos entrecruzamentos entre a vigilância sobre a sexualidade e sobre as práticas de curandeirismo e feitiçaria, examinando o caso de Manteigas à luz de outros célebres processos já estudados pela historiografia.
O novo número da Escritas do Tempo também conta com contribuições na seção de Artigos Livres. A historiadora Mariana Schlickmann apresenta o artigo intitulado Um rio chamado Atlântico: a diplomacia brasileira navegando de volta ao ancestral continente africano (1950 – 1960). O artigo Racismo e Antirracismo: uma breve história do Movimento Negro paulista das primeiras décadas do século XX é de autoria do também historiador Willian Robson Soares Lucindo. Por fim, destaque também para o artigo intitulado “Não existem fatos, só existem histórias”: nação e identidade nacional no romance “Viva o povo brasileiro”, de João Ubaldo Ribeiro, escrito por Bruno Rafael de Albuquerque Gaudêncio e João Matias de Oliveira Neto. Na seção de entrevistas, a revista conta com a participação mais que especial de James Green, entrevistado pelos docentes Erinaldo Cavalcanti e Geovanni Gomes Cabral.
Este dossiê é também uma homenagem e forma de reconhecimento a um dos mais importantes nomes da pesquisa historiográfica acerca da Inquisição, dos cristãos-novos e da intolerância religiosa no Brasil e no mundo luso: a Professora Anita Novinsky, falecida neste ano, e referência obrigatória para todos que estudam o tema. Foi responsável por incentivar diversas pesquisas e formar gerações de historiadores que se debruçaram e se debruçam sobre o tema. De certa forma, todos os trabalhos aqui presentes representam este seu importante legado. A História, e todos os que lutam contra quaisquer formas de injustiças e preconceitos, agradecem por sua valiosa obra.
Esperamos que esse dossiê seja uma oportunidade de diálogo e debate em que as questões postas no título do dossiê possam ser repensadas – o que era a Inquisição, o que ficou desta e o quanto somos fruto dela.