ENEM, perguntado por zkillswas, 4 meses atrás

ALGUÉM ME AJUDAA

Uma redação com o tema
“A persistência da intolerância contra religiões de matriz africana no Brasil” alguém me AJUDAAAA

Soluções para a tarefa

Respondido por stefannienb91
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Resposta:

Contudo, a partir da década de 1980, observaram-se alterações no plano normativo e político,

principalmente com a instauração da nova Constituição Federal em 1988, a qual legitima as manifestações

afro-brasileiras, inclusive com os artigos 215 e 216, citados anteriormente. Assim como também teremos a

proteção, na forma de lei, as manifestações religiosas, inclusive as religiões afro-brasileiras, assegurando a

liberdade de consciência e de crença, bem como o livre exercício dos cultos religiosos e a proteção aos locais

de culto e a suas liturgias. Embora exista avanço na legislação brasileira, que legitima as manifestações afro-

religiosas, estas ainda sofrem constrangimentos por parte de autoridades públicas, de políticos e de

representantes e adeptos de outras religiões para se expressarem no espaço público e para suas práticas

religiosas serem reconhecidas perante o Estado.

Considerando os casos de intolerância religiosa que de certa forma acompanhei durante a

pesquisa, por meio de entrevistas com cinco interlocutores que passaram por constrangimentos e

analisando materiais na mídia e processos judiciais, percebi que a intolerância religiosa se manifestou de

diversas formas em diferentes esferas sociais. Pude observar também, principalmente com os casos que

passaram por processos jurídicos, como os conflitos estão sendo levados para várias instancias jurídicas, se

consolidando cada vez mais uma jurisprudência favorável às religiões de matriz africana que pode ser

tomado como efeito de um diálogo cada vez mais estreito que vem se dando entre Direito e Antropologia.

Assim, por meio desta correlação da Antropologia da Religião com a Antropologia Jurídica

podemos compreender que as religiões não se configuram de forma única, assim como na sociedade há

diversos grupos com suas especificidades culturais, na religiosidade ocorre o mesmo processo. Portanto, o

Estado, bem como os aparatos jurídico e policiais, precisa estar informados dessa diversidade cultural

brasileira, a qual está presente na religiosidade, assim como em outras diferentes formas de manifestações

culturais. Deste modo, o novo estudo do direito, conhecido como pluralismo jurídico, sendo um produto da

coletividade, tenta atender essa multietnicidade, essa diversidade cultural, bem como o pluralismo religioso

brasileiro.

Sendo assim, o motivo pelo qual o meu estudo teve como foco a intolerância religiosa em relação

às religiões de matriz africana, foi trazer para a pesquisa acadêmica a importância da interface entre o

estudo antropológico e o campo jurídico, trazendo a elucidação dos conflitos do campo religioso em relação

ao ser reconhecimento perante o Estado. Através da análise destes conflitos, percebi como a religiosidade

afro-brasileira ainda luta por um reconhecimento nos espaços jurídico e sociais e como isto está diretamente

vinculado à luta do movimento negro por igualdade social, sem discriminação e sem preconceito racial.

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