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A DOCE VIDA DOS FILHOS-CANGURUS
Nos anos mais efervescentes das décadas de 60 e 70, a palavra de ordem da juventude era pôr o pé na estrada. Isso significava romper com os valores estabelecidos da sociedade, entre eles a família, e ir em busca de seus sonhos, mesmo quando estes não eram muito claros. Visto hoje, parece compreensível. Além de um mundo que pedia reformas, havia um imenso abismo entre esses jovens e a geração de seus pais. Sair de casa acabou virando sinônimo de liberdade. Mesmo que para isso tivessem que trocar o conforto familiar por uma república de estudantes ou compartilhar um apartamento com vários amigos. Os mais psicodélicos integravam-se em comunidades hippies ou adaptavam-se ao espaço de uma barraca de acampamento. No final dos anos 70, essa prática já estava naturalmente incorporada à ideia de independência e realização pessoal.
O tempo passou e os filhos daquelas gerações rebeldes comportam-se hoje de forma diametralmente oposta. Ao contrário de seus pais, os jovens atuais não têm mais tanta pressa em sair de casa. A maioria, aliás, nem pensa no assunto. São os representantes da chamada geração-canguru, que resistem a abandonar a comodidade da casa paterna do mesmo modo que o filhote marsupial agarra-se à bolsa protetora da mãe. Alguns, mais folgados, não arredam da barra da saia nem mesmo depois que casam e têm filhos. Com isso, um novo fenômeno surgiu: o prolongamento da adolescência. Com base no seu próprio ponto de vista, REDIJA UM PARÁGRAFO DISSERTATIVO (de DEZ linhas), analisando ao menos uma consequência do comportamento de indivíduos que vivem o fenômeno atual do prolongamento da adolescência. *
Soluções para a tarefa
Resposta:
anos mais efervescentes das décadas de 60 e 70, a palavra de ordem da juventude era pôr o pé na estrada. Isso significava romper com os valores estabelecidos da sociedade, entre eles a família, e ir em busca de seus sonhos, mesmo quando estes não eram muito claros. Visto hoje, parece compreensível. Além de um mundo que pedia reformas, havia um imenso abismo entre esses jovens e a geração de seus pais. Sair de casa acabou virando sinônimo de liberdade. Mesmo que para isso tivessem que trocar
o conforto familiar por uma república de estudantes ou compartilhar um apartamento com vários amigos. Os mais psicodélicos integravam-se em comunidades hippies ou adaptavam-se ao espaço de uma barraca de acampamento. Pelo sonho de ser livre, tudo era válido, para usar uma expressão da época. De Bob Dylan aos Beatles, passando pelo anárquico grupo brasileiro Os Mutantes, dezenas de canções desse período exaltavam e estimulavam o êxodo juvenil. No final dos anos 70, essa prática já estava naturalmente incorporada à idéia de independência e realização pessoal.
O tempo passou e os filhos daquelas gerações rebeldes comportam-se hoje de forma diametralmente oposta. Ao contrário de seus pais, os jovens atuais não têm mais tanta pressa em sair de casa. A maioria, aliás, nem pensa no assunto. São os representantes da chamada geração-canguru, que resistem a abandonar a comodidade da casa paterna do mesmo modo que o filhote marsupial agarra-se à bolsa protetora da mãe. Alguns, mais folgados, não arredam da barra da saia nem mesmo depois que casam e têm filhos. Com isso, um novo fenômeno surgiu: o prolongamento da adolescência. Cada vez mais aumenta o número de jovens entre 20 e 30 anos acomodados à situação de eternos adolescentes. Muitos deles, contando sempre com a retaguarda dos pais, acabam não assumindo as responsabilidades inevitáveis da vida adulta. "Os pais de hoje sãos os jovens de ontem, que lutaram por ideais de liberdade política e igualdade social, derrubaram tabus sexuais, participaram do movimento estudantil, ou, ao menos, foram profundamente influenciados por tudo isso", lembra a educadora carioca Tania Zagury, professora adjunta da Universidade Federal do Rio de Janeiro e autora de vários livros de orientação educacional, entre eles, Encurtando a Adolescência. "Os jovens de agora herdaram tudo isso de bandeja. Não há mais um confronto de gerações tão acirrado. Os pais procuram dar a eles a liberdade que não tiveram em seu tempo. Os filhos fazem o que bem entendem, não dão satisfação de horários, têm o seu próprio carro e muitos levam seus namorados para transarem em casa. Além disso, têm comida na hora, roupa lavada e passada. Que razão teriam para abrir mão de tudo isso?"