ALGUEM ME AJUDA PFVVVVVV
“Viemos ao mundo para sermos tudo o que
podíamos ser”
(Contardo Calligaris)
Na semana passada, tentei resumir ao essencial
a herança dos anos 1960 – ao menos, a herança que
eles deixaram em mim. Escrevi que os anos 1960
não inventaram nem o desbunde nem a militância
radical de esquerda. Então, inventaram o quê? A
proposta mais relevante daqueles anos me parece ter
sido a de cada um ter de descobrir nele mesmo quem
ele é e, claro, viver de acordo com isso. [...]
Procure na internet “be yourself” (seja você
mesmo). Em primeiro lugar vai parecer a música
homônima do Audioslave (o extraordinário grupo de
rock americano), cantada por Chris Cornell, com o
inesquecível verso do coro; “To be yourself is all that
you can do” (ser você mesmo é tudo o que você pode
fazer). [...]
Continuando nos milhões de resultados de sua
procura na net, você logo encontra títulos de
autoajuda. [...] O título que mais gostei: “Seja você,
mesmo, todos os outros lugares, de qualquer forma,
estão já ocupados”.
“Seja você mesmo”, evoca o sonho antigo de
realizarmos nossas potencialidades: viemos ao
mundo para sermos tudo o que poderíamos ser. [...]
não é raro que alguém procure uma psicanálise,
justamente, com a ideia de cavar até descobrir quem
ele seria em seu âmago, para poder, a seguir,
autorizar-se a se soltar e revelar assim quem ele é.
Não funciona assim: não somos brotos
esperando vingar. Talvez não sejamos nada “em
potência” – é bem provável que a gente só seconheça depois dos fatos, ao longo e no fim da vida,
olhando para trás e descobrindo assim que somos o
que fomos, ou melhor, o que conseguimos ser.
Por isso mesmo, para saber quem somos,
importa dar ouvidos as nossas próprias histórias. [...]
O amor pela vida concreta e cotidiana, com o que ela
tem de mesquinho ou de grandioso talvez explique o
interesse de minha geração pela psicanálise – e em
todo caso, explica o meu. Na semana passada, os
dois últimos livros de Patti Smith, “Devoção” e “O
Ano do Macaco” (ed. Cia das Letras), serviram de
exemplo para mostrar que o espírito dos anos 1960
não morreu. Outro exemplo disso é “Todos os
Sonhos do Mundo”, de Ivam Cabral e Rodolfo
Garcia Vazquez – em cartaz.
03. O tema discutido no artigo “Viemos ao mundo
para sermos tudo o que podíamos ser” é
(A) a necessidade da autodescoberta do ser em sua
subjetividade.
(B) a busca do conhecimento universal do outro na
convivência humana.
(C) a urgência da autodescoberta do ser em sua
objetividade.
(D) a busca de livros de autoajuda na descoberta do
mundo.
(E) a divulgação de livros de autoajuda em
substituição à psicanálise.
Soluções para a tarefa
Resposta:
Explicação:
Olá, tudo bem?
O exercício é sobre interpretação de texto.
03. O tema discutido no artigo “Viemos ao mundo
para sermos tudo o que podíamos ser” é
(A) a necessidade da autodescoberta do ser em sua subjetividade.
CORRETA. Uma geração confusa, como a de 60, tudo que deseja é saber quem é.
(B) a busca do conhecimento universal do outro na convivência humana.
ERRADO. O Outro é objeto desconhecido e desgovernado no qual não se põe a mão.
(C) a urgência da autodescoberta do ser em sua objetividade.
ERRADA. Na sua subjetividade.
(D) a busca de livros de autoajuda na descoberta do mundo.
ERRADA. Apenas menciona o título de um livro de auto-ajuda.
(E) a divulgação de livros de autoajuda em substituição à psicanálise.
ERRADA. Fala de uma geração que gosta da psicanálise como uma porta para poder passar e descobrir quem é.
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Sucesso nos estudos!!!