Português, perguntado por kauuu90, 8 meses atrás

Alguém me ajuda pfv
e pra hoje​

Anexos:

lara3452: Você tem a crônica?
ronaldfbat: não
kauuu90: oi

Soluções para a tarefa

Respondido por ronaldfbat
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Resposta:

dsclp mas preciso ler a crônica pra responder


kauuu90: No terceiro mês do catecismo, o padre nos deu a chance esperada: depois de doze semanas
de aulas e de leituras bíblicas, tão pouco frequentadas quanto pouco entendidas, podíamos
perguntar o que quiséssemos.
Fui o primeiro a erguer o braço. O padre, encanecido, pediu que eu me levantasse.
kauuu90: a crônica e muito grande
kauuu90: Com a
coragem que hoje, nos eventos de que participo, procuro, mas não acho, arranquei do fundo da
alma a dúvida atordoante: “Padre, o Papa vai ao banheiro?”
A morte de João Paulo II, em meio à comoção mundial gerada pelo seu funeral, em 2005,
me trouxe de volta essa lembrança distante.
kauuu90: Junto com ela, o medo que eu sentia na infância
daquele homem, do quadro que minha avó conservava pendurado ao lado da imagem de Jesus.
Eu não sabia a diferença entre Jesus e Deus. Minha avó tentou me explicar que Jesus não
era Deus, mas que também podia ser. Que foi humano por 33 anos, mas que depois que morreu
virou uma pomba.
kauuu90: Nesse dia, descobri que o Papa tinha um papamóvel (o que fazia dele quase
um herói de história em quadrinho) e que, se o Papa comia, ele também tinha que ir
obrigatoriamente ao banheiro. A minha avó só não conseguiu me esclarecer por que João Paulo
II lia os discursos tão devagar, como se não tivesse passado da alfabetização, ele que, segundo
ela, era um dos homens mais inteligentes do mundo, sabia todas as línguas faladas por todos os
povos.
kauuu90: Na verdade, continuei com um medo brutal do Papa. Todos choravam quando se
aproximavam dele.
Nunca imaginei, por exemplo, o Papa jovem, até que vi uma foto dele um pouco mais novo
do que eu era naquela época. Careca, como sempre. Branco, como sempre. Mas humano, sem a
aura de santidade que tanto me assombrava. Décadas depois, quando o vi ali, morto, estendido
aos olhos da multidão, compreendi que a humanidade do Papa estava muito além das minhas
cogitações infantis.
kauuu90: Ainda hoje me pego imaginando o Papa no banheiro, as vestes santas despidas do corpo
enorme, e rio o riso proibido do catecismo. A última imagem que guardarei do Papa João Paulo
II, o único e verdadeiro Papa da minha geração, é a de sua dor, que o igualou a cada ser
humano neste planeta. Uma dor como a de Jesus, que era humano mas que também era Deus.
kauuu90: E
que talvez também fosse ao banheiro, mas só de vez em quando.
kauuu90: essa e a crônica
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