Alguem me ajuda e pra hoje
Vai mais um pastel?
José Antônio Oliveira de Resende
Quando o Alvarenga viu, já era tarde. O Lilico vinha andando em sua direção, todo
sorridente.
Já havia se passado um ano do aniversário do Lilico e ele, com certeza, iria convidar o
Alvarenga para mais um. O problema é que o aniversariante servia a mesma coisa todo ano: pastel.
Um ano foi pastel de carne. Outro ano, de queijo. Depois, carne de novo. Mais um ano e o
Lilico emplacou o pastel de bacalhau. Aí o Lilico andou lendo umas revistas e apareceu o pastel de
Belém. Esse ano não seria diferente. Lilico cumprimentou o Alvarenga, falou do seu aniversário e
tirou o convite da frigideira:
– Vai lá em casa comer um pastelzinho!
E assim a coisa vinha se repetindo ano após ano. Só pastel.
Talvez o Lilico nasceu não na maternidade, mas numa pastelaria. Até mesmo as suas
roupas tinham uma tonalidade pastel. Lilico não percebia, mas quando cantavam o parabéns, na
hora do “muitos anos de vida” todos baixavam a voz.
No entanto, para esse aniversário Lilico se superou na mesmice pastelar. Ele conseguiu ser
a mesma coisa... diferente. Foi assim:
Alvarenga e sua mulher foram os últimos a chegar. Então, Lilico conduziu todos para a
copa. De repente, uma visão estapafúrdia: cobrindo todo o tampo da mesa, um enorme pastel. Um
só. Gigante. Do tamanho da mesa. Aquilo assustou.
E o Lilico:
– Gostaram? Ontem eu conversava com a minha esposa e ela me falou de empadão. Se tem
empadinha, tem empadão. Se tem pastel, por que não pode ter pastelão?
Não foi mesmo, meu bem?
A mulher do Lilico não respondeu. Aliás, nem apareceu.
Alvarenga associou a imagem daquele pastel deitado na mesa a um velório gastronômico.
E pensou com esperança: Quem sabe é o último? Então sentiu o braço sendo tocado de leve por sua
mulher, que perguntou baixinho:
– Como é que começa?
E o Alvarenga, também baixinho:
– Eu quero saber como é que termina.
Lilico veio animado lá da cozinha com uma pilha de pratinhos:
– Vamos lá, gente! Senão esfria em cima da mesa.
Frio e em cima da mesa... Alvarenga espantou a ideia.
Tavares quis a ponta mais tostada, a mulher do Alvarenga preferiu a parte do meio, o Silva
pegou uma parte sem recheio (já não aguentava mais carne moída com batata!), o Alvarenga puxou
uma outra ponta com batatinhas e a mulher do Silva não pôde se servir, pois o Lilico estava em
cima do pé dela.
Todos se atropelavam para estripar o pastelão. Que acabou desmontando.
Ao saírem de lá, Alvarenga e a mulher foram pra uma pizzaria. Afinal, queriam comer
alguma coisa. Foi quando a mulher começou a exclamar assustada, olhando para o letreiro luminoso
da pizzaria:
– Ai, ai, ai...!
O letreiro piscava: LILICO’S
E os dois foram comer em casa mesmo.
1) Responda de acordo com o texto:
a) Por que ao cantar o parabéns, na hora do “muitos anos de vida” todos cantavam baixinho?
b) Ao avistar o letreiro da pizzaria, a esposa de Alvarenga exclamou “ai, ai, ai”, por quê?
Soluções para a tarefa
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Resposta:
A) Porque paresia que Lilico tinha vivido em uma pastelaria
B) Porque o nome da pizzaria era LILICO'S ou seja o nome do aniversariante
EXPERO TER AJUDADO
B^)
Julia45l:
obg
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