Português, perguntado por camys4, 1 ano atrás

Alguém me ajuda a criar um texto narrativo?


hanamura05: Sobre o que tem que ser o texto?
camys4: Eu que tenho que criar (mais não tenho nenhum em mente)
camys4: qual tema você poderia me sugerir?
hanamura05: Se quiser posso criar para você só me passar se tem alguma exigência ou máximo/mínimo de linhas.
camys4: 25 a 30 linhas
hanamura05: Tudo bem, só um momento.
camys4: Ok
camys4: consegue criar Um de 15 linhas?
hanamura05: Não era de 25 a 30?
camys4: pois eu perguntei pra minha professora ela disse que é 15 linhas

Soluções para a tarefa

Respondido por hanamura05
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Quando eu era criança, sempre brincava de pique-esconde na mesma rua, com as mesmas crianças, com os mesmos adultos sentados na calçada. As árvores da rua eram tão grandes, que para nós, as crianças pareciam prédios. O pé sujo, o joelho ralado, o bairro de classe média, os brinquedos guardados no baú. Para mim, era isso ser criança. Mas um dia eu cheguei em casa, minha mãe estava arrumando as malas, ofegante.  

- Onde nós vamos, mamãe? – perguntei na inocência de meus 10 anos.

- Nós vamos para a casa de sua avó.

E lá fomos nós, para a casa de vovó. Eu achando que ficaríamos o fim de semana, como de costume. Mas o tempo foi passando, passando, quando vi já tinha dado mais de um mês. Sentia falta de meu pai, mas minha mãe sempre dizia que logo o veríamos. O tempo passou. Deu-se um ano quando papai bateu a porta. Mamãe chorou, gritou, o mandou embora. E comecei a chorar também, é claro. E então, eu finalmente vi porque fugimos; papai bateu em mamãe. Eu não conseguia me mexer, queria ajudar, chorar, gritar. Mas eu congelei. Como o meu herói poderia ser mau? Ele a bateu tanto que foi parar no hospital e ele na cadeia. Voltei para a casa de vovó, estava sem mãe nem pai. Uma semana depois veio a notícia de que mamãe não resistiu e no dia seguinte estávamos enterrando o corpo dela.  Morei com a minha avó até terminar a faculdade de direito e fazer concurso para delegado.  

Anos mais tarde, voltei para a rua onde passei minha infância feliz. Estava acompanhado da minha noiva. A mulher que eu mais amava, já que não tinha mais minha mãe. Nós estávamos de mãos dadas de frente para a casa em que morei. As pedrinhas coloridas da frente sempre fizeram parecer para mim, a casa mais bonita da rua. Agora, elas já não tinham graça nenhuma. Essa casa agora é nossa e vou transformá-la em um lar para mulheres que fogem de seus agressores. Durante minha adolescência e principalmente, durante o período que fiquei sem ver meu pai, senti falta dessa casa. Agora? Sinto pena. Pena de ter tido os olhos fechados, pena de minha mãe ter me aguentado chorar pedindo para voltar. Pena de meu pai, de ser um homem tão amargo.  E acima de tudo, feliz por Luana ter encontrado um homem que viveu tudo isso, e por isso, jamais encostaria um dedo nela. Como deve ser.


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