Alguém faz um apólogo para mim? Ele teria que contar uma história que transmita um lição dê sabedoria ou ética. O apólogo tem que ter dois personagens inanimados. Por favor me ajudem tenho que entregar amanhã
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A flor e a rocha
Era uma florzinha amarela, com pétalas tipo margarida, e muito da bonitinha. Nasceu ali, e nem ela nem ninguém saberia explicar como brotou naquele lugar tão esquecido por Deus, onde nada de novo acontecia há muito Cheio de pedras e mais pedras, castigado pelo sol, chicoteado pelo vento, pouca água caindo do céu, muito calor subindo da terra.
Era seu primeiro dia como jovem florzinha, esticando os bracinhos de folhas, se equilibrando na perninha verde do caule. Mal se descobriu capaz de falar já foi reclamando para a rocha:
- Pobrezinha de mim, aqui sozinha, desprotegida e tão frágil que sou, logo, com certeza, virá um vento forte a me levar para longe, arrancar minhas pétalas.
A rocha, há tanto tempo ali, nunca tinha ouvido uma flor falar. Aliás, nenhuma outra flor, tagarela ou muda, havia visto em sua longa e pétrea, rochosa e sólida existência. Por isso demorou a responder:
- Querida flor, não se preocupe com seu destino, que com o destino pouco podemos fazer. Se alegre pelo milagre que é ter você nascido aqui, onde nem bichos nem plantas nasceram antes.
Mas a flor continuou a se lamentar:
- Você diz isso porque é uma rocha, forte, pesada, resistente a tudo.
A rocha pensou e disse calmamente:
- Engano seu, florzinha. Nada no mundo é resistente a tudo. O tempo passa para todos nós.
A flor, no impulso de sua juventude e aflição, retrucou:
- Nem se compara seu tempo com o meu, que é muito mais curto, terei vida breve.
Com paciência pediu a rocha:
- Olhe a sua volta. O que você vê?
- Além de rochas como você, apenas areia.
- Pois a areia do deserto um dia já foi pedra como eu. Flores ou pedras, nosso único destino certo é o pó, cedo ou tarde.
A florzinha pareceu, então, compreender:
- Se é assim, o que devo fazer?
- Nada que já não esteja fazendo - disse a rocha, continuando: - Dar a esta velha rocha, e a minhas companheiras, o privilégio de admirarmos uma flor, talvez a única antes de virarmos poeira.
Exatamente enquanto pensava nas palavras da rocha, a florzinha foi arrancada por uma forte ventania.
Observando a florzinha rodopiando nos ares, sendo levada para longe, comentou a rocha para sua vizinha, outra pedra enorme:
- Lamento apenas que essa florzinha tenha passado seus momentos a reclamar, a se remoer, em vez de aceitar e gozar o prazer de tornar pobres, solitárias e rotineiras rochas como nós, em amigas e admiradoras de sua beleza.
A outra pedra comentou:
- É assim mesmo. Quem nasceu bonito e colorido, no meio de cinza e feiura, prefere chorar seu destino, enquanto nós sorrimos e agradecemos a beleza - embora breve, efêmera, curtinha - que nos é dada.
As duas rochas suspiraram e voltaram ao silêncio típico, próprio, único do deserto.
Por dentro, a esperança de que, um dia, o mesmo vento que lhes tirou a florzinha trouxesse outras sementes, outras florzinhas, bonitas como aquela. Mas se possível um pouco mais espertas e generosas.
Se bem que, até em corações de pedra, a esperança já é uma bela flor que o vento nunca leva.
*
Era uma florzinha amarela, com pétalas tipo margarida, e muito da bonitinha. Nasceu ali, e nem ela nem ninguém saberia explicar como brotou naquele lugar tão esquecido por Deus, onde nada de novo acontecia há muito Cheio de pedras e mais pedras, castigado pelo sol, chicoteado pelo vento, pouca água caindo do céu, muito calor subindo da terra.
Era seu primeiro dia como jovem florzinha, esticando os bracinhos de folhas, se equilibrando na perninha verde do caule. Mal se descobriu capaz de falar já foi reclamando para a rocha:
- Pobrezinha de mim, aqui sozinha, desprotegida e tão frágil que sou, logo, com certeza, virá um vento forte a me levar para longe, arrancar minhas pétalas.
A rocha, há tanto tempo ali, nunca tinha ouvido uma flor falar. Aliás, nenhuma outra flor, tagarela ou muda, havia visto em sua longa e pétrea, rochosa e sólida existência. Por isso demorou a responder:
- Querida flor, não se preocupe com seu destino, que com o destino pouco podemos fazer. Se alegre pelo milagre que é ter você nascido aqui, onde nem bichos nem plantas nasceram antes.
Mas a flor continuou a se lamentar:
- Você diz isso porque é uma rocha, forte, pesada, resistente a tudo.
A rocha pensou e disse calmamente:
- Engano seu, florzinha. Nada no mundo é resistente a tudo. O tempo passa para todos nós.
A flor, no impulso de sua juventude e aflição, retrucou:
- Nem se compara seu tempo com o meu, que é muito mais curto, terei vida breve.
Com paciência pediu a rocha:
- Olhe a sua volta. O que você vê?
- Além de rochas como você, apenas areia.
- Pois a areia do deserto um dia já foi pedra como eu. Flores ou pedras, nosso único destino certo é o pó, cedo ou tarde.
A florzinha pareceu, então, compreender:
- Se é assim, o que devo fazer?
- Nada que já não esteja fazendo - disse a rocha, continuando: - Dar a esta velha rocha, e a minhas companheiras, o privilégio de admirarmos uma flor, talvez a única antes de virarmos poeira.
Exatamente enquanto pensava nas palavras da rocha, a florzinha foi arrancada por uma forte ventania.
Observando a florzinha rodopiando nos ares, sendo levada para longe, comentou a rocha para sua vizinha, outra pedra enorme:
- Lamento apenas que essa florzinha tenha passado seus momentos a reclamar, a se remoer, em vez de aceitar e gozar o prazer de tornar pobres, solitárias e rotineiras rochas como nós, em amigas e admiradoras de sua beleza.
A outra pedra comentou:
- É assim mesmo. Quem nasceu bonito e colorido, no meio de cinza e feiura, prefere chorar seu destino, enquanto nós sorrimos e agradecemos a beleza - embora breve, efêmera, curtinha - que nos é dada.
As duas rochas suspiraram e voltaram ao silêncio típico, próprio, único do deserto.
Por dentro, a esperança de que, um dia, o mesmo vento que lhes tirou a florzinha trouxesse outras sementes, outras florzinhas, bonitas como aquela. Mas se possível um pouco mais espertas e generosas.
Se bem que, até em corações de pedra, a esperança já é uma bela flor que o vento nunca leva.
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agathawebster2003:
Obrigado
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