Alexandra Kollontai, larissa Reisner, Nadejda Krupskaia, Inessa Armand. Qual é a origem dessas mulheres?
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Resposta:
onhecer a história da Revolução Russa lança uma luz sobre como encarar a discussão sobre a libertação feminina no processo da revolução e também sobre o papel das mulheres. Em primeiro lugar vale destacar três conceitos básicos fundamentais: 1) exploração é a dominação de uma pequena classe (dominante) sobre a outra roubando seu trabalho excedente através da mais valia por deter os meios de produção; e opressão é a utilização das diferenças (de gênero, sexuais, raciais, de nacionalidade) para subordinar um grupo social, a relação entre ambas no sistema capitalista é poderosa, e se expressa de forma aguda com a precarização do trabalho, com a dupla jornada e com o fato de que as mulheres tem salários menores que os homens 2) se vivemos em numa sociedade dividida em classes sociais, então as mulheres não são uma classe social mas sim um grupo socialmente subordinado e policlassista 3) a opressão de gênero, também conhecida como “patriarcado” (sociedade que subjuga a mulher apenas por ser mulher) já existia antes do sistema capitalista. Estes são apenas conceitos básicos do marxismo revolucionário, pra desde já apontar uma visão de mundo que nos separa, do ponto de vista da estratégia, de muitos feminismos existentes hoje.
Agora o nosso assunto hoje será a experiência de 1917. É um fato que falar da mulher e da Revolução Russa é falar da maior experiência pela libertação feminina da história da humanidade, nada menos que isso. Não tem nada a ver com uma mudança cultural ou subjetiva em si mesma que muitos feminismos pós-modernos apresentam hoje. Não tem nada de romântico nem de pacifista nem de gradual. Muitas das teorias feministas pós-modernas, sem uma estratégia pra realmente vencer, terminam no estreito horizonte do capitalismo, buscando ampliação de direitos, enaltecendo uma suposta emancipação individual ligada ao próprio corpo, mas mantendo intactas as bases e a raiz que sustentam essa opressão e sem apresentar nenhum plano de libertação científico.
Como vocês poderão ver, o bolchevismo e a luta das mulheres não têm nada a ver com estas teorias. Por isso, além de mostrar o papel das mulheres na revolução, os enormes avanços que a Revolução Russa concedeu as mulheres também vou me basear nos grandes dirigentes da Revolução Russa e como incluíam a luta contra a opressão as mulheres não como um “adendo”, mas como uma tarefa central da Revolução.
Leon Trotsky, grande dirigente da Revolução Russa, dizia que para ser um revolucionário é preciso enxergar a vida com o olhar das mulheres. Desconfio que ele tenha conseguido. No texto “Para construir o socialismo é preciso emancipar a mulher e proteger a maternidade” ele definiu que: a profundidade da questão da mulher está dada pelo fato de que ela é, em essência, o elemento vivente no qual se entrecruzam todos os fios decisivos do trabalho econômico e cultural. Ou seja, que no modo de produção capitalista, em uma sociedade baseada na exploração do trabalho humano, uma sociedade dividida em classes e também patriarcal as contradições desta mesma sociedade perpassam a vida das mulheres, em seus avanços e retrocessos.
É nisto que reside os esforços para libertar a mulher economicamente do jugo do homem, com leis que protegessem a maternidade, mas também libertar as mulheres das tarefas domésticas permitindo um novo horizonte, inclusive com o esforço empreendido por Lenin para que as mulheres passassem a ocupar postos de direção nos sovietes e no próprio Estado operário.
Desde este prisma, vou tentar resgatar elementos históricos do processo da Revolução Russa para podermos analisar esta visão dos bolcheviques durante e depois da tomada do poder.
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