Geografia, perguntado por kykyky, 5 meses atrás

AJUDA PF
Por que a construção do Canal da Nicarágua divide opiniões entre governo, empresários e sociedade?

Soluções para a tarefa

Respondido por sosotorres2017
2

Explicação:

Nicarágua dá início a construção de canal interoceânico controverso

O governo da Nicarágua e a empresa chinesa HKND vão inaugurar nesta

segunda-feira (22) a construção de um canal interoceânico de 278 quilômetros de

extensão, que deverá concorrer com o Canal do Panamá a partir de 2020. Críticos do

projeto questionam a sua viabilidade e a expropriação de terras de habitantes da

região.

A obra em destaque diz respeito ao esforço de três países, a saber: Nicarágua, China E Russia

Respondido por sashayaeko23
0

Competitividade
Analistas acreditam que um canal deste tipo poderia beneficiar a China da mesma forma que o Canal do Panamá beneficiou os Estados Unidos no início do século 20, em um momento em que a potência asiática lança uma agressiva expansão comercial e política a nível global.
Atualmente, 5% do comércio mundial circula pelo canal panamenho.
Se for construído, o canal nicaraguense vai cortar o Lago da Nicarágua e terá três vezes a extensão do Canal do Panamá, que mede cerca de 80 quilômetros.
A perspectiva é que, economicamente, o canal possa ampliar a competitividade dos produtos chineses na América devido à diminuição dos custos de transporte. Isso é especialmente atraente dado o tamanho do mercado consumidor nos EUA.
“Para a China, é um golaço geopolítico nos Estados Unidos”, disse à BBC Mundo Heinz Dietrich, pesquisador da Universidade Autônoma Metropolitana (UAM) do México. “(A China) teria uma acesso estratégico muito melhor à América do Norte, algo que não tem neste momento.”
Dietrich diz que o canal é “uma resposta ao que faz Washington, ao estabelecer alianças” na região vizinha ao país asiático. “É como um xadrez. A China diz: vocês procuram construir um muro de contenção na nossa vizinhança, então nós podemos fazer o mesmo com Costa Rica, México e agora a Nicarágua.”
América Latina
Para os países da região, a perspectiva é de que o novo canal possa também ter um impacto econômico positivo.
“Náo é útil apenas para a China, é uma demanda antiga de longa data do comércio que passa pela América Central. Faz muitos anos que o Canal do Panamá está saturado”, diz José Luis León Martínez, pesquisador do departamento de Política e Cultura da UAM.
“Uma das razões de a Venezuela não ter ampliado a venda de petróleo à China é porque os venezuelanos não tem costa no Pacífico. Com um canal pelo qual esse tipo de produto possa ser transportado, certamente vai cair muito o custo de transporte das matérias-primas produzidas na América Latina para a China”, afirmou.
Isso não quer dizer, necessariamente, que a tensão entre Estados Unidos e China vai aumentar em meio a uma disputa pelos mercados da região.
“A relação entre China e Estados Unidos é íntima, entre eles há mais harmonia do que conflito”, diz Arturo Cruz Sequeira, professor do Instituto Centro-Americano de Administração de Empresas.
Ele acredita que, embora “implicitamente” os EUA “tenham poder de veto” neste projeto, é improvável que Washington adote tal postura.
“A verdade é que este projeto pode unir Estados Unidos e China, em vez de separá-los”, disse Sequeira.
Meio ambiente
O projeto de lei para a construção do canal foi aprovado na quinta-feira no Congresso da Nicarágua por 61 votos a 25 após três horas de debate.
O governo comemorou a aprovação do projeto dizendo que "este é um dos dias mais importantes do desenvolvimento histórico e econômico do país" e afirmou que o canal vai garantir um crescimento econômico de 10% a 15% em curto prazo e a criação de milhões de empregos formais nos próximos anos.
Segundo o site Nicaragua Dispatch (com notícias da Nicarágua em inglês), a lei que o presidente Daniel Ortega enviou com caráter de urgência à votação prevê que a companhia chinesa também construa um oleoduto, uma ferrovia, dois portos e uma série de zonas de livre comércio, todos relacionados com o canal interoceânico.
Entretanto, deputados da oposição nicaraguenses questionaram o impacto do projeto, argumentando que populações indígenas que terão suas terras afetadas pelo canal não foram consultadas.
A polêmica também gira em torno do desconhecimento sobre o traçado exato do canal. Além disso, ativistas estão preocupados com o fato de o Lago da Nicarágua ser a fonte de água doce mais importante do país.
A companhia chinesa disse que está em contato com uma das principais empresas consultoras em meio ambiente para medir o impacto do canal no ecossistema local.
Perguntas interessantes