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Quais as contribuições sociais e politicas da revolução de 1932 para o Brasil?
Quais as consequências geradas pela revolução de 1932 para a sociedade paulistana e nacional pós-revolução?
Quais as causas e fatores que desencadearam a revolução de 1932?
Soluções para a tarefa
Logo após o triunfo da revolução da Aliança Liberal e a deposição de Washington Luís pela junta pacificadora no Rio de Janeiro, assumiu o governo do estado de São Paulo o general Hastínfilo de Moura, comandante da 2ª Região Militar (2ª RM). O Partido Democrático de São Paulo (PD), que participara da Aliança Liberal, mas sem envolvimento efetivo nos eventos revolucionários, conseguiu obter maioria no novo secretariado civil que então foi organizado. Esse partido representava no plano político as classes médias paulistas em aliança com uma fração dissidente da oligarquia cafeeira. Quanto à definição dos rumos políticos pós-revolucionários, os democráticos defendiam, como finalidade a ser cumprida pelo Governo Provisório, a reforma política, entendida como a implantação de um projeto político liberal constitucionalizante.
No entanto, os “tenentes”, chefes militares da Revolução de 1930 ligados aos planos estratégicos de Getúlio Vargas, não tardaram a intervir em São Paulo, entrando em conflito com o PD, cujas posições ameaçavam a liderança do movimento revolucionário. A oposição dessas forças ao predomínio do PD em São Paulo foi paulatinamente se justificando com base na existência de um outro projeto político que enfatizava a realização de um amplo programa de reformas econômicas e sociais, sob um regime discricionário, que seriam sancionadas por uma constituinte convocada posteriormente, posição essa que durante o primeiro período pós-revolucionário estava em sintonia com as perspectivas políticas do chefe do Governo Provisório.
A decisão de se apoderar do governo de São Paulo foi tomada no trem especial que vinha do Sul trazendo o grupo de comando da revolução, composto pelos “tenentes” Osvaldo Aranha, João Alberto Lins de Barros, Miguel Costa, Maurício Cardoso e Virgílio de Melo Franco. Esse grupo decidiu nomear um delegado militar para o governo do estado, recaindo a escolha no nome do tenente João Alberto, que foi endossado por Getúlio Vargas. Tal escolha contrariou as pretensões do PD, que esperava a indicação de Francisco Morato, um de seus líderes. Foi esse o primeiro passo para o processo paulatino de cisão entre os “tenentes”, Getúlio Vargas e o PD, que iria configurar uma crise política ao nível das forças que haviam feito a revolução.
Durante o mês de novembro e início de dezembro de 1930, os “tenentes” consolidaram sua preponderância política em São Paulo: no dia 3 de novembro Miguel Costa, um dos líderes militares da Revolução de 1924 e um dos comandantes da Coluna Prestes, foi nomeado para o comando da Força Pública paulista, e no dia 12 lançou a Legião Revolucionária de São Paulo, força paramilitar criada para lhe dar sustentação política; no dia 24 João Alberto foi nomeado interventor militar em São Paulo e, no dia 27, pressionado pela ofensiva tenentista, demitiu-se o secretariado civil, chamado “Governo dos 40 dias”, tempo de sua duração. No começo de dezembro Miguel Costa foi nomeado secretário da recém-criada Secretaria de Segurança Pública.
Nos meses seguintes, o PD, afastado do poder, assumiu uma atitude conciliatória em relação aos “tenentes” e a Getúlio Vargas — evidenciada no VII Congresso do partido, realizado em 2 de fevereiro de 1931 —, na expectativa de que o Governo Provisório reintegrasse o país no regime constitucional representativo, pondo fim à intervenção militar. Contudo, manteve-se a ocupação militar de São Paulo e a ofensiva dos “tenentes” continuou num crescendo, até que, no final da Semana Santa, a polícia legionária prendeu Vicente Rao — um dos líderes do PD — com mais 18 correligionários, e também foram invadidas a sede do partido e a redação do Diário Nacional, órgão oficial dos democráticos. Tais acontecimentos precipitaram o rompimento com o interventor, efetivado afinal no dia 7 de abril de 1931 através de manifesto publicado no Diário Nacional. O documento, a par da crítica geral à atuação política e administrativa do interventor, batia na tecla mais cara aos democráticos: a necessidade de constitucionalização do país, proposta política que serviu de base para a organização de um amplo movimento constitucionalista em São Paulo.