Filosofia, perguntado por fabiolive5, 7 meses atrás

Agostinho de Hipona aponta uma relação conjunta entre fé e razão. Podemos pensar, segundo o filósofo, que uma das provas da existência de Deus está nos graus de perfeição do mundo que percebemos em relação à qualidade de todas as coisas existentes. Se existe um ser com o máximo de bondade, de beleza, de poder, de verdade, sendo, portanto, um ser máximo e pleno, esse ser é, para Aquino, Deus.

A partir disso, vamos ao desafio!

Você terá que enumerar uma consideração filosófica na qual a fé pode ser sustentada pela razão, com base na leitura de Agostinho ou na perspectiva de Tomás de Aquino. Lembre-se, a Filosofia ignora raciocínios rasos e simplistas, portanto não se esqueça da justificação.

Orientação de resposta

A resposta padrão deve conter os seguintes elementos:
• Coesão textual.
• Coerência argumentativa, sem recorrer a falácias.
• Apresentação de pelo menos um elemento das teses de Tomás de Aquino, Agostinho de Hipona ou de outro filósofo medieval que sustente o que se pede.

Soluções para a tarefa

Respondido por anacarolinerol
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Resposta:

Se você tomar como exemplo Aquino, o mesmo apresenta cinco causas para a existência de Deus, justificando-as racionalmente. Tais causas são baseadas na Filosofia aristotélica e se posicionam segundo a própria estrutura filosófica antiga, porém pensadas a partir da tradição cristã estabelecida por Aquino. Aquino também assume Deus como o primeiro motor, ou o motor imóvel, isto é, se há uma causalidade no mundo, e esse processo causal é uma série de eventos que se seguem, o retrocesso dessa série levaria a um primeiro motor que a tudo moveu. Se não houvesse um primeiro ser movente, cairíamos num processo indefinido. Logo, conclui Tomás, é necessário chegar a um primeiro ser movente que não seja movido por nenhum outro, e esse ser é Deus.

Agostinho, por sua vez, toma como prova da existência divina a racionalidade que o homem possui, isto é, a possibilidade de contemplar a perfeição da natureza, que só pode ter sido dada por um ser tão perfeito quanto esta perfeição experimentada. Porém, não é a razão que cria a existência de Deus ou permite que Ele exista, mas é ela que permite demonstrar a sua existência.

Explicação:

Respondido por rebeccabyoungwriter
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Resposta:

Ao contrário da filosofia idealista de Platão, que incluía, por exemplo, uma noção de alma imortal (e, deste modo, pôde se adequar mais facilmente ao cristianismo), a filosofia realista de Aristóteles, com um viés mais científico, representava uma ameaça à política eclesiástica. Tomás de Aquino, buscou tornar os argumentos filosóficos e metafísicos aristotélicos mais aceitáveis e utilizáveis a favor da fé cristã. Razão e fé foram então harmonizadas, apesar de serem distintas, mesmo no que diz respeito às verdades que podem alcançar, conforme afirma Tomás de Aquino em "Súmula contra os gentios":

"Com efeito, existem a respeito de Deus verdades que ultrapassam totalmente as capacidades da razão humana. Uma delas é, por exemplo, que Deus é trino e uno. Ao contrário, existem verdades que podem ser atingidas pela razão: por exemplo, que Deus existe, que há um só Deus etc. Estas últimas verdades, os próprios filósofos as provaram por via demonstrativa, guiados que eram pelo lume da razão natural."

Um exemplo de como o tomismo emprega a razão a serviço da fé cristã é o conjunto de argumentos, todos de cunho empírico, isto é, que se demonstram por via da experiência, que provam a existência de Deus. Eles ficaram conhecidos como as Cinco Vias que levam a Deus. São elas:

O movimento, que parte da constatação de que as coisas se movem e se existe o movimento, existe também aquilo que o provoca, porém, este raciocínio conduz a um absurdo lógico: se todo movido possui um motor, há uma sucessão infinita e, não havendo um primeiro motor, também não haveria um segundo e assim por diante. Em resumo, o movimento seria impossível! A única explicação para o movimento, seria então, de que Deus é primeira causa motora, que não é movida por nenhuma outra; A Causalidade, que usa também do movimento, observando a naturalidade da causa e efeito, utilizando como exemplo o chute em uma bola, que a faz entrar no gol, sendo o chute a causa e a bola entrando no gol o efeito. E sendo impossível que causa e feito sejam a mesma coisa e ao mesmo tempo, toda causa tendo um efeito, haveria, novamente, uma sequência infinita, a menos que admitamos uma causa primeira no universo, que é Deus; O possível e necessário, partindo da ideia de que todos nós nascemos, nos transformamos e morremos, sendo então seres contingentes e aplicando a mesma ideia à toda existência, nos levando a pensar que houve um momento em que nada existia e que para que o universo saísse da mera possibilidade para a existência é preciso imaginar que algo tenha provocado isso, caso contrário o nada persistiria como nada. Consequentemente, entre todos os seres possíveis (que podem ser e não ser), é razoável acreditar que haja um que seja necessário, isto é, não contingente. Como necessidade precisa ser causada, retorna-se ao absurdo das cadeias causais infinitas do segundo e primeiro argumentos, a menos que Deus exista como necessário por si mesmo; Os graus de perfeição, onde dizia Tomás de Aquino que "Encontram-se nas coisas algo mais ou menos bom, mais ou menos verdadeiro, mais ou menos nobre, etc [...] Ora, mais ou menos se dizem de coisas diversas conforme elas se aproximam diferentemente daquilo que é em si o máximo", ou seja, para afirmar que uma coisa é mais ou menos em graus de perfeição, é preciso ter algo como parâmetro comparativo, dotado de perfeição absoluta, sendo Deus este referencial; e a finalidade, partindo do princípio de que todo ser que se move, o faz por uma razão e por que existe algo ou alguém por trás dessa finalidade, utilizando Tomás o exemplo de uma flecha, que só pode ser lançada em direção ao alvo, por que existe um arqueiro para mirar e disparar, ou seja, existe uma inteligência que guia a flecha, assim como Deus guiando o universo.

Explicação:

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