agora que você já sabe a importância dos quilombos na luta contra o escravismo, faça uma pequena pesquisa e verifique se nos dias atuais ainda existe Quilombos no Brasil e casos existe escolha um em um específico e redija um pequeno texto sobre ele.
Soluções para a tarefa
Resposta:
Hoje, existem 3.495 comunidades quilombolas distribuídas por todas as regiões do país, desde o Sul do Brasil até a Amazônia.
A comunidade Quilombola Kalunga está localizada no Brasil, na região nordeste
do estado de Goiás. A área do Quilombo se estende pelos municípios de Cavalcante,
Monte Alegre e Teresina de Goiás, na região da Chapada dos Veadeiros. Os municípios
ficam a uma altitude média de 800 metros do nível do mar, ultrapassando em alguns
pontos os 1600 metros. Esta região também abriga o Parque Nacional da Chapada dos
Veadeiros, considerado patrimônio natural mundial protegido por lei (Área de
Proteção Ambiental de Pouso Alto) (1). Ocupando a maior área de cerrado preservado
do Brasil apresenta um dos maiores índices de biodiversidade do planeta. É um
importante centro dispersor de água com grande número de nascentes e cachoeiras. O
principal curso de água da região é o rio Preto, um afluente do rio Tocantins. O clima
predominante no cerrado é o tropical sazonal com inverno seco. A estação chuvosa é
compreendida entre outubro e abril, sendo dezembro e janeiro os meses mais
chuvosos.
O Quilombo Kalunga é o maior quilombo do Brasil, estendido ao longo de
253.000 hectares e é constituído por 56 comunidades (2).
Classificação do caso
O Quilombo Kalunga é uma terra coletiva, reconhecida pelo estado e em processo
de regularização fundiária. As terras que compõem o território quilombola foram
ocupadas há centenas de anos por africanos que fugiram da escravidão e acabaram se
misturando à população indígena que já habitava o local. Desta forma nasceu uma
comunidade fortemente marcada por estas duas culturas e que conseguiu manter-se
isolada até por volta de 1970.
Isolados por três séculos
Na região norte e nordeste de Goiás se formaram vários quilombos entre os
séculos 18 e 19. Em sua maior parte eram escravos fugitivos das minas de ouro que
abundavam nas redondezas. Estes formaram comunidades autossuficientes que
permaneceram isoladas por muito tempo em regiões remotas e de difícil aceso. Os
quilombos registrados na região foram os de Acaba Vida, Muquém e Papuã
(Niquelândia, GO), Forte (São João d'Aliança, GO), Mesquita (Luziânia, GO), Pilar
(Goiás) e Kalunga (Cavalcante, Teresina e Monte Alegre). O estado de Goiás ainda teve
outros quilombos, sendo que o Quilombo do Cedro, em Mineiros, oeste do estado,
existe ainda hoje e também foi reconhecido como território quilombola.
O Quilombo Kalunga foi o maior e mais importante da região. Aos habitantes foi
dado o nome de Kalunga ou Calunga, que na língua banto - uma das diversas línguas
africanas que eram faladas pelos negros trazidos na diáspora, principalmente de
Angola, Congo e Moçambique - significa lugar sagrado e de proteção.
A formação do Quilombo remonta ao início do século 18. Em 1722, com a
ocupação das terras do planalto central e a criação do estado de Goiás por
bandeirantes descendentes de Portugueses, em pleno ciclo de ouro e da garimpagem,
começaram a ser trazidos para o estado de Goiás milhares de escravos negros
provenientes da costa da África Ocidental para servir de mão de obra na mineração. O
trabalho árduo e a violência a que eram submetidos gerava constante resistência,
revoltas e fugas para locais de difícil acesso, como fundos de vale, serras e morros,
onde os que conseguiam escapar se organizavam em locais que foram chamados de
Quilombos.
Uma vez fugidos, nos Quilombos, os escravos se abrigavam para se defender da
escravidão, resgatar a cosmovisão africana e os laços familiares perdidos. Assim
iniciou-se a formação dos quilombos no município de Cavalcante, onde encontraram o
local com todas as condições necessárias para o estabelecimento da comunidade.
“O povo Kalunga tinha ali um território com clima, fauna e flora apropriado e retirava
quase tudo que precisavam da natureza.” (Dona Lereci, Kalunga, moradora de Cavalcante e da
comunidade Engenho II).
Na década de 1980, a pesquisadora Mari de Nasaré Baiocchi, da Universidade
Federal de Goiás, mapeou quase toda a região onde habitava o povo Kalunga e o seu
modo de vida. A partir deste momento começou a movimentação pelo reconhecimento
da comunidade como território tradicional. A área foi reconhecida em 1991 pelo
Governo do Estado de Goiás como sítio histórico e patrimônio cultural Kalunga, que
também é reconhecido como parte do patrimônio histórico e cultural do Brasil.
Ainda existem aproximadamente 3500 comunidades quilombolas no Brasil, espalhadas em todas as regiões do país. Um exemplo é o quilombo Cafundá Astrogilda, nascido há mais de dois séculos e que segue resistindo na cidade do Rio de Janeiro.
A resistência das comunidades quilombolas
As comunidades quilombolas foram importantes pontos de resistência ao sistema escravista que vigorou no Brasil por mais de 300 anos. Nestes locais, além de buscarem condições mais dignas de trabalho e vida, os negros buscaram manter suas tradições culturais.
As comunidades quilombolas que ainda resistem no Brasil são locais de riqueza cultural e também de produção. No Quilombo Cafundá Astrogilda, localizado na metrópole do Rio de Janeiro, há intensa produção de frutas, como a banana, graviola e caju.
Para saber mais sobre comunidades quilombolas, visite: https://brainly.com.br/tarefa/30806278
#SPJ2