afiancei que o infame e opressor jugo estrangeiro havia de cair por terra e que seríamos vencedores. Realizaram-se os meus bons desejos e gratas esperanças. Vós sois dignos de nome paraense! Vós todos, soldados da liberdade, estais coberto de glória pelo vosso patriotismo, valor e constância! Os nossos inimigos são os primeiros a confessar o vosso valor e heroísmo! [...] A nossa obra não está concluída, ainda resta muito a fazer. Antes de tudo, modereis o vosso ardor guerreiro, e amanhã teremos que aclamar um presidente que mereça a nossa estima, confiança e respeito. Dignos chefes de todas as colunas, vós todos sois merecedores dos maiores louvadores e elogios pelo vosso valor, firmeza e caráter e lealdade. Vivam os descendentes dos Ajuricabas e Anagaíbas! Vivam os paraenses livres! Viva o Pará!”
Panfleto Anônimo. In: CALDEIRA, Jorge. Brasil a História contada por quem viu. São Paulo: Mameluco, 2008. p.305.
O panfleto produzido durante a Cabanagem no Pará revela parte dos interesses e do espirito dos revoltosos.
Tal conflito se difere em boa medida dos demais ocorridos no período regencial. Explique por que.
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Embora por causas diferentes, os cabanos (índios e mestiços, na maioria) e os integrantes da elite local (comerciantes e fazendeiros) se uniram contra o governo regencial nesta revolta. O objetivo principal era a conquista da independência da província do Grão-Pará. Os cabanos pretendiam obter melhores condições de vida (trabalho, moradia, comida). Já os fazendeiros e comerciantes, que lideraram a revolta, pretendiam obter maior participação nas decisões administrativas e políticas da província.
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