Acresce que chovia – peneirava – uma chuvinha miúda, triste e constante, tão constante e tão triste, que levou um daqueles fiéis da última hora a intercalar esta engenhosa ideia no discurso que proferiu à beira de minha cova: - “ Vós, que o conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de um dos mais belos caracteres que tem honrado a humanidade. Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul como um crepe funéreo, tudo isso é a dor crua e má que lhe rói à natureza as mais íntimas entranhas; tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado”.
– Bom e fiel amigo! Não, não me arrependo das vinte apólices que lhe deixei.
O trecho acima, de Memórias Póstumas de Brás Cubas, encerra um sentimento que se revela
a)
verdadeiro, pois revelador da longa e fiel convivência entre as pessoas, se mostra como um sublime e desinteressado louvor ao finado.
b)
irônico, já que encobre outro sentido, expresso em: “Bom e fiel amigo! Não, não me arrependo das vinte apólices que lhe deixei”.
c)
autêntico, porque confirma e valoriza as situações vividas pelo homenageado, e que o tornaram, de fato, “ um dos mais belos caracteres que tem honrado a humanidade”.
d)
filosófico e profundo, já que apoiado na inventiva e rara comparação entre a chuva que cai e as lágrimas da natureza pela perda do amigo, traduz a autêntica poesia do texto
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Resposta:
letra B
Explicação:
confia
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