“Achebe bem como Mia Couto decidem escolher a língua do colonizador por dois simples motivos: um estético e outro político. O primeiro seria porque tais idiomas são línguas literárias, no sentido editorial, e, o segundo, visando desestruturar a língua europeia, decepando-a: “infiltrating the ranks of the enemy and destroying him from within” (ACHEBE apud GALLAGHER, 1997b). O linguista Ferdinand de Saussure (1997, p. 30) expõe o poder que a língua literária tem em expandir as informações, motivo esse da utilização das línguas europeias pela maioria dos escritores pós-coloniais: “A língua literária ultrapassa, em todas as partes, os limites que lhe parece traçar a literatura”. E continua revelando a consequência da escolha “[...] Por outro lado, suscita a avultada questão do conflito que se estabelece entre ela e os dialetos locais”. Nisso surge o conceito de ab-rogação, a rejeição total ou parcial da língua colonizadora, a fim de valorizar as línguas autóctones. Tal ab-rogação não pressupõe a rejeição total do idioma colonizador, como é a proposta de Ngugi, queniano que escreve em gikuyu ou Mazisi Kunene, poeta sul-africano, que escreve em zulu; a ab-rogação deve ser entendida na desconstrução da língua canônica, na promoção de hiatos e lacunas, resultados da inserção de termos nativos, da poesia, provérbios e oralidade nas narrativas”. (PARADISO, 2015, p. 197).
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Resposta:
I II IV
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Acredito ser essa a resposta.
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