ação social é ação real? elabore um texto que justifique sua resposta com 30 linhas
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Max Weber (1864-1920), universalmente reconhecido como um dos grandes clássicos da sociologia, tem exercido poderosa influência, nos últimos 25 anos, nos estudos sociológicos que se realizam no Brasil. Tal presença não se encontra, pelo menos com a mesma intensidade e freqüência, no pensamento das anteriores gerações brasileiras de cientistas sociais.1
Pode-se perguntar, desde logo, que motivos teriam acarretado o forte impacto, aparentemente um pouco tardio, do pensamento weberiano no Brasil. Há algumas respostas possíveis, ainda que em forma conjectural.
Antes de tudo, a influência de Max Weber não se processa, a esse tempo, apenas no Brasil, mas também em outros países, como Estados Unidos e México, por exemplo.
Em segundo lugar, assinale-se que toda uma geração de jovens sociólogos, recém-formados, toma conhecimento, no fim da .década de 40 e começo da década de 50, das teorias e pesquisas do sociólogo alemão por intermédio de traduções espanholas e inglesas. Lembramos, a esse respeito, a edição mexicana de Economia e sociedade, lançada em 1944, e a compilação feita por Hans Gerth e C. Wright Mills dos escritos sociológicos de Weber (From Max Weber), editada na Inglaterra em 1947. Essas edições, especialmente a primeira, são citadíssimas na moderna literatura sociológica brasileira. Antecipando o desdobramento deste ensaio, posso dizer que essa obra constitui um dos livros-chave da gênese do pensamento sociológico contemporâneo neste país.
Parece evidente que os idiomas inglês e espanhol são mais acessíveis, atualmente, aos scholars brasileiros do que o alemão. Este só muito restritamente e por períodos breves, constou, nas últimas décadas, dos currículos dos cursos médios. Tal situação, diga-se de passagem, não é a mesma que vigorou entre os fundadores da sociologia brasileira. A geração de Sílvio Romero e Tobias Barreto transitava tranqüilamente pelos textos alemães, tanto füosóficos como sociológicos.2
Finalmente, outra razão - e a mais relevante - para a voga de Max Weber entre nós: é que suas formulações se prestaram, adequadamente, segundo pretendo demonstrar, como ferramentas de trabalho intelectual para reflexão dos especialistas, em torno da realidade brasileira em mudança.
Não estamos, assim, diante de um fenômeno casual: não é simples moda ou capricho o apelo a Max Weber. É, antes, o reconhecimento do vigor de sua análise.
Esse empenho, a que aludo, de tomar a sociologia como instrumento para compreender o Brasil, não é algo que tenha surgido agora. Pode-se mesmo afirmar que tal intento constituiu a motivação básica para que surgisse a própria sociologia em nosso meio. Talvez o que tenha acontecido, nos últimos vinte e poucos anos, seja um aprimoramento nesse caminho. Aguçouse o espírito crítico; delimitaram-se nitidamente os temas de fato relevantes (a urbanização como tendência básica da mudança social ou as condições sociais da industrialização, por exemplo) , como focos de análise da estrutura da sociedade brasileira; aperfeiçoaram-se, enfim, as técnicas de pesquisa e análise.3
Para se chegar a esse estágio, houve um longo percurso, por vezes sinuoso, que começa no fim do século XIX. Ao nascer a sociologia, a esse tempo, beneficiava-se ela, no Brasil, da acumulação de materiais empíricos, que se vinha processando desde o início da colonização, pelo relato e pela descrição a cargo de diferentes tipos de narradores - os cronistas do governo português, os viajantes, os naturalistas, os missionários. Havia também interpretações pré-sociológicas.4
Uma viva influência européia, aceita às vezes de forma acrítica e dogmática, marca o início do pensamento sociológico brasileiro. Mas é também um tempo de exasperado esforço de autonomia de pensamento, esforço tumultuado e comovente, de que é paradigma Sílvio Romero. E por que não Euclides da Cunha? Surgem ambiciosas e, por vezes, bem sucedidas tentativas de interpretar sinteticamente a múltipla realidade social brasileira.
Pode-se perguntar, desde logo, que motivos teriam acarretado o forte impacto, aparentemente um pouco tardio, do pensamento weberiano no Brasil. Há algumas respostas possíveis, ainda que em forma conjectural.
Antes de tudo, a influência de Max Weber não se processa, a esse tempo, apenas no Brasil, mas também em outros países, como Estados Unidos e México, por exemplo.
Em segundo lugar, assinale-se que toda uma geração de jovens sociólogos, recém-formados, toma conhecimento, no fim da .década de 40 e começo da década de 50, das teorias e pesquisas do sociólogo alemão por intermédio de traduções espanholas e inglesas. Lembramos, a esse respeito, a edição mexicana de Economia e sociedade, lançada em 1944, e a compilação feita por Hans Gerth e C. Wright Mills dos escritos sociológicos de Weber (From Max Weber), editada na Inglaterra em 1947. Essas edições, especialmente a primeira, são citadíssimas na moderna literatura sociológica brasileira. Antecipando o desdobramento deste ensaio, posso dizer que essa obra constitui um dos livros-chave da gênese do pensamento sociológico contemporâneo neste país.
Parece evidente que os idiomas inglês e espanhol são mais acessíveis, atualmente, aos scholars brasileiros do que o alemão. Este só muito restritamente e por períodos breves, constou, nas últimas décadas, dos currículos dos cursos médios. Tal situação, diga-se de passagem, não é a mesma que vigorou entre os fundadores da sociologia brasileira. A geração de Sílvio Romero e Tobias Barreto transitava tranqüilamente pelos textos alemães, tanto füosóficos como sociológicos.2
Finalmente, outra razão - e a mais relevante - para a voga de Max Weber entre nós: é que suas formulações se prestaram, adequadamente, segundo pretendo demonstrar, como ferramentas de trabalho intelectual para reflexão dos especialistas, em torno da realidade brasileira em mudança.
Não estamos, assim, diante de um fenômeno casual: não é simples moda ou capricho o apelo a Max Weber. É, antes, o reconhecimento do vigor de sua análise.
Esse empenho, a que aludo, de tomar a sociologia como instrumento para compreender o Brasil, não é algo que tenha surgido agora. Pode-se mesmo afirmar que tal intento constituiu a motivação básica para que surgisse a própria sociologia em nosso meio. Talvez o que tenha acontecido, nos últimos vinte e poucos anos, seja um aprimoramento nesse caminho. Aguçouse o espírito crítico; delimitaram-se nitidamente os temas de fato relevantes (a urbanização como tendência básica da mudança social ou as condições sociais da industrialização, por exemplo) , como focos de análise da estrutura da sociedade brasileira; aperfeiçoaram-se, enfim, as técnicas de pesquisa e análise.3
Para se chegar a esse estágio, houve um longo percurso, por vezes sinuoso, que começa no fim do século XIX. Ao nascer a sociologia, a esse tempo, beneficiava-se ela, no Brasil, da acumulação de materiais empíricos, que se vinha processando desde o início da colonização, pelo relato e pela descrição a cargo de diferentes tipos de narradores - os cronistas do governo português, os viajantes, os naturalistas, os missionários. Havia também interpretações pré-sociológicas.4
Uma viva influência européia, aceita às vezes de forma acrítica e dogmática, marca o início do pensamento sociológico brasileiro. Mas é também um tempo de exasperado esforço de autonomia de pensamento, esforço tumultuado e comovente, de que é paradigma Sílvio Romero. E por que não Euclides da Cunha? Surgem ambiciosas e, por vezes, bem sucedidas tentativas de interpretar sinteticamente a múltipla realidade social brasileira.
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