A vida ao rés do chão1
1 A crônica não é um “gênero maior”. Não se imagina uma literatura feita de grandes cronistas, que lhe dessem o brilho 2 universal dos grandes romancistas, dramaturgos e poetas. Nem se pensaria em atribuir o Prêmio Nobel a um cronista, por 3 melhor que fosse. Portanto, parece mesmo que a crônica é um gênero menor.
4 “Graças a Deus”, seria o caso de dizer, porque sendo assim ela fica mais perto de nós. E para muitos pode servir de 5 caminho não apenas para a vida, que ela serve de perto, mas para a literatura. Por meio dos assuntos, da composição solta, 6 do ar de coisa sem necessidade que costuma assumir, ela se ajusta à sensibilidade de todo dia. Na sua despretensão, 7 humaniza; e esta humanização lhe permite preservar certa profundidade de sentido e certo acabamento de forma. O fato de 8 ficar tão perto do dia a dia age como quebra do monumental e da ênfase – riscos de excessos que outros gêneros literários 9 correm com frequência.
10 No Brasil ela tem uma boa história, como a de José de Alencar na seção de jornal “Ao correr da pena”. Nesse mesmo 11 século XIX, nas crônicas de Machado de Assis notava-se o corte elegante de um artigo lúcido e leve. No decênio de 30 do 12 século XX, a crônica moderna se consolidou no Brasil como um gênero bem nosso, cultivado por um número crescente de 13 escritores, como Mário de Andrade, Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade. Nesse período, apareceu aquele que 14 de certo modo seria “o” cronista, voltado de maneira exemplar e praticamente exclusiva para esse gênero: Rubem Braga.
15 Parece às vezes que escrever crônica obriga a uma certa comunhão, produz um ar de família que aproxima os autores 16 num nível acima da sua singularidade e das suas diferenças. É que a crônica brasileira bem realizada (que evidentemente em 17 nada impede a verticalidade da ficção de Clarice Lispector ou a monumentalidade da prosa de um Guimarães Rosa) participa 18 de uma língua-geral lírica, irônica, casual, ora precisa, ora vaga, amparada por um diálogo rápido e certeiro, ou por uma 19 espécie de monólogo comunicativo.
Observação: 1 rés de = próximo de.
Observado o papel da palavra sublinhada, em seu contexto, é INCORRETO o que se comenta sobre o mecanismo de coesão em:
Escolha uma opção:
a. (Ref. 10) No Brasil ela tem uma boa história, como a de José de Alencar na seção de jornal “Ao correr da pena”. / a palavra que estabelece a conexão entre os dois segmentos textuais introduz um exemplo.
b. (Ref. 4) “Graças a Deus”, seria o caso de dizer, porque sendo assim ela fica mais perto de nós. / a coesão é estabelecida por advérbio que retoma expressão citada anteriormente.
c. (Refs. 4 e 5) E para muitos pode servir de caminho não apenas para a vida, que ela serve de perto, mas para a literatura. / a coesão se dá por meio de conjunção coordenativa equivalente a “porque”, de valor causal.
d. (Refs. 6 e 7) Na sua despretensão, humaniza; e esta humanização lhe permite preservar certa profundidade de sentido ... / o pronome participa da coesão entre os dois segmentos trazendo à superfície uma consequência lógica de ação citada no enunciado imediatamente anterior.
e. (Refs. 2 e 3) Nem se pensaria em atribuir o Prêmio Nobel a um cronista, por melhor que fosse. / o conector vincula argumentos que se encaminham para a mesma conclusão.
Soluções para a tarefa
Resposta:
chama no privado pq nao entendi muito bem
Explicação:
A respeito da coesão textual, podemos afirmar que a alternativa incorreta é: c. (Refs. 4 e 5) E para muitos pode servir de caminho não apenas para a vida, que ela serve de perto, mas para a literatura. / a coesão se dá por meio de conjunção coordenativa equivalente a “porque”, de valor causal.
- c) Incorreta. No trecho acima, a palavra “que” assume o valor de pronome relativo, não de conjunção causal. Veja: E para muitos pode servir de caminho não apenas para a vida, que ela serve de perto (a vida serve de perto), mas para a literatura.
Coesão textual
A coesão textual é um dos fatores da textualidade, referindo-se ao uso de recursos linguísticos capazes de promover a devida concatenação entre as partes do texto, de modo a torná-lo coerente. Além dos conectivos, como conjunções, pronomes e advérbios, a coesão se estabelece entre os sentidos que podemos criar nas relações entre períodos e parágrafos. Graças à coesão, podemos ler e compreender um texto bem escrito, assim como perceber quando há problemas em outros.
Saiba mais sobre textualidade em:
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