A um problema filosófico no conto a terceira margem do rio? Qual? Justifique?
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Resposta:
O conto A terceira margem do rio fala de uma família ribeirinha em que o chefe da família é bom, honesto, sensato e cumpre o que promete. Essa situação muda totalmente quando o pai resolve construir uma canoa para navegar pelo rio e nunca mais sai da embarcação.
O espaço da narrativa é delimitado pelo rio, o pai se encontra em um espaço aberto, pois apesar de estar numa canoa ele pode quando desejar sair e voltar para casa. O tempo na maior parte da narrativa é psicológico, pois o narrador conta a história do pai antes dele sair de casa. Através da narração o leito pode perceber que o tempo é cronológico, por exemplo, quando o narrador fala que a irmã teve um filho e quando o narrador diz que o pai já está velho. Os personagens são na maioria planos, pois carecem de profundidade psicológica e não provocam grande impacto no leitor. Os únicos personagens que causam impacto são o pai e seu filho que é narrador personagem e observador. Estes dois podem ser considerados personagens símbolos, pois transcendem a mera existência humana. O filho transcende quando começa a questionar o real motivo pelo qual o pai foi embora e este quando resolve morar numa canoa.
O pai quando decide se isolar está tentando buscar a iluminação interior e a atitude dele pode ser comparada com os brâmanes da Índia. Estes homens quando chegam a certa idade se livram de todas as suas riquezas para viver uma vida de busca pela verdade. Essa situação pode ser comparada também com o diálogo do mestre budista com seu discípulo no filme 2012. A conversa se dá quando o discípulo chega para o mestre impaciente e cheio de vaidade querendo saber como encontrar a verdade. Então, o mestre começa a encher uma xícara de chá até transbordar apesar dos alertas do jovem rapaz. Então, o mestre explica que ele está cheio de incertezas e que para chegar à verdade é preciso se esvaziar de certas ideias para só depois buscar a iluminação.
O pai se isola do mundo e de todos, pois percebe que a sabedoria não está na escola e nem em igrejas, mas sim dentro de cada um de nós. Sua jornada pela canoa é para estar tão só que sua única companhia seja ele próprio. A embarcação é o veículo pelo qual o homem abandona as coisas terrenas para buscar o tesouro que se esconde em seu coração.