Artes, perguntado por cauecenteno, 10 meses atrás

A um poeta (Olavo Bilac) Longe do estéril turbilhão da rua, Beneditino, escreve! No aconchego Do claustro, na paciência e no sossego, Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua! Mas que na forma se disfarce o emprego Do esforço; e a trama viva se construa De tal modo, que a imagem fique nua, Rica mas sóbria, como um templo grego. Não se mostre na fábrica o suplício Do mestre. E, natural, o efeito agrade, Sem lembrar os andaimes do edifício: Porque a Beleza, gêmea da Verdade, Arte pura, inimiga do artifício, É a força e a graça na simplicidade. Última deusa – (Alberto de Oliveira) Foram-se os deuses, foram-se, em verdade; Mas das deusas alguma existe, alguma Que tem teu ar, a tua majestade, Teu porte e aspecto, que és tu mesma, em suma Ao ver-te com esse andar de divindade, Como cercada de invisível bruma, A gente à crença antiga se acostuma, E do Olimpo se lembra com saudade. De lá trouxeste o olhar sereno e garço, O alvo colo onde, em quedas de ouro tinto, Rútilo rola o teu cabelo esparso... Pisas alheia terra, essa tristeza Que possuis é de estátua que ora extinto Sente o culto da forma e da beleza. a) O primeiro texto é uma poética , ou seja, expõe os princípios estéticos de uma determinada concepção sobre o fazer poético. Quais princípios nele apresentados permitem dizer que é uma poética parnasiana? b) A “Última deusa” pode ser a própria poesia? Explique por que ela estaria em “alheia terra”?

Soluções para a tarefa

Respondido por EduardoPLopes
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A - Os autores da "Escola Parnasiana" de poesia se preocupavam não com o conteúdo dos seus poemas, mas sim com a forma, de modo que a forma como os versos são escritos, com uma contagem precisa das sílabas poéticas e uma preocupação central com a "riqueza" dos versos, é a principal indicação de que se trata de uma obra parnasiana.

B - A poesia é a "última deusa" pois é o último esforço humano, mortal, para se "elevar" acima do mundo. Ela está em "alheia terra" pois não diz respeito às nossas preocupações cotidianas, e sim a uma tentativa de imortalização, por meio da arte, que nega toda a materialidade.

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