A TEORIA DE SAUSSURE E SUA APLICAÇÃO NO ENSINO DE LÍNGUA Segundo Souza-e-Silva & Koch (2012), até meados do século XVIII, os estudos linguísticos eram baseados na gramática greco-latina que se pautava em princípios lógicos para deduzir os fatos da linguagem e estabelecer normas de comportamentos linguísticos. Período em que a língua era considerada como algo fixo e sua descrição tinha caráter normativo e filosófico com o objetivo de desenvolver técnicas para falar e escrever corretamente. Este período pode ser denominado como pré-saussuriano e foi a partir de Saussure, que tais concepções conservadoras passaram a ser questionadas, reinterpretadas e até refutadas pelas teorias linguísticas, por conta de seu pertencimento ao senso comum e, consequentemente, de baixo valor científico. As autoras afirmam que os estudiosos da linguagem do final do século XIX, se rebelaram contra essa concepção de língua, passando a considerar como algo coerente e dinâmico, ou seja, para além das normas imutáveis. Hoje, para iniciar qualquer estudo sobre a língua, é necessário retomar a teoria da língua desenvolvida por Saussure, disponível no Curso de Linguística Geral (CLG) e através das diversas produções científicas disponibilizadas por linguistas pesquisadores em livros, artigos, palestras, entrevistas, etc. Logo no início do Século XX, Ferdinand de Saussure pensou na língua como um sistema, por meio da apresentação de um estudo descritivo sincrônico e foi ele quem, pela primeira vez, elegeu a língua como o objeto científico de estudo da linguística, por meio de uma metodologia pautada nas seguintes dicotomias: língua e fala, significado e significante, sincronia e diacronia, sintagma e paradigma. As dicotomias elaboradas por Saussure possuem fundamentos teóricos importantes e podem ser aplicáveis, de forma prática, nas aulas de língua portuguesa brasileira, nos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano, idade de 11 a 14 anos), pois embora o/a estudante de Letras precise, obrigatoriamente, ter acesso aos conceitos de Saussure como requisito inicial da disciplina de Linguística, diante da complexidade da teoria no seu contato inicial, fica a sensação de que compreendê-la é em vão, devido a sua inaplicabilidade no momento atual. Diante da falsa impressão de que se trata de um estudo somente de valor histórico sobre a origem da linguística, enquanto ciência, é importante ressaltar a importância da retomada dessa teoria para se inserir nos estudos da língua, pois é ela que fornece a base para as diversas teorias linguísticas disponíveis àqueles que querem refletir criticamente para além dos conceitos apresentados pela gramática normativa tradicional. Referências: SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de linguística geral. Tradução de Antônio Chelini, José Paulo Paes e Izidoro Blikstein. 20. ed. São Paulo: Cultrix, 1995. SILVA. Vera Lucia da. Linguística I. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018. SOUSA-e-SILVA, Maria Cecília Pérez: KOCH, Ingedore Villaça. Linguística aplicada ao português: morfologia. 18. ed. São Paulo: Cortez, 2012. Comando: A partir da reflexão apresentada, na condição de docente de uma turma dos anos finais do ensino fundamental, você deverá apresentar um planejamento descritivo de, no máximo, uma página, sobre como mediaria uma de suas aulas de língua portuguesa brasileira com foco teórico na aplicação de uma(s) da(s) dicotomia(s) de Saussure. A(s) dicotomia(s) escolhida(s) deverá(ão) ser apresentada(s) e definida(s) e, em seguida, apresentar (descrever) como será a aplicação no tema escolhido por você.
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