A solidão e a falta de instrucção enchem o espirito do caipira de crendices e superstições a que chama abusão.
Como é natural, nas conversas ao pé-do-fogo surgem elles de momento a momento...
— Não guspa no fogo Jeróme! Eah! Ocê n'um sabe que a bocca secca?
— Ara sê...
— Quaes são outras "coisas que não prestam?"
— Queimá estrume de gente fais seccá o órgo.
— E mais?
— Escuite la u'a proção:
— Barrê de noite é siná de morte.
— Andá fastano é incurtá a vida.
— Cascá laranja de fita, sahino a casca vorteado cumo saccarroia: inleia a vida e trais atrazo.
— Uriná n'aua é a merma coisa que na bocca da madrinha, porque a aua é que serve p'ra batizá.
— Penteá cabello de noite, trais doença e morte.
— Remexê furmiguero in tempo de chuva, fais firmá o tempo.
PIRES, C. Conversas ao pé do fogo. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo (edição fac-similar da edição de 1921), 1987.
O expediente utilizado pelo narrador para compor com coerência um perfil do caipira é
a)
o desvio da sintaxe do português.
b)
a abolição da lógica da linguagem.
c)
a variedade regional linguística.
d)
a dissociação entre fala e escrita.
e)
o respeito à ortografia antiga.
kauanhenrique2107:
a resposta certa é a letra "E"
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Resposta :
O respeito à ortografia antiga. (Letra "E")
Explicação:
Confia Irmão.
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