a sociedade em movimento resumo..pfr
Soluções para a tarefa
Respondido por
4
Mudança social, já se disse muitas vezes, é tema que se inscreve no "coração" da Sociologia (STOMPKA, 1998). Desde o seu surgimento no século XIX, quando sua motivação fundamental era compreender a transição da sociedade "tradicional" para a "moderna", até o presente, marcado pela reestruturação das relações e processos sociais pela chamada "globalização", um dos desafios cruciais da disciplina, afinal, é explicar como as sociedades mudam ou não. É certo que cada geração tende a acentuar o caráter radical da sua era de mudança e, do mesmo modo, parecem inexistir condições cognitivas suficientes para que se possa falar em consenso sobre o "sentido" da mudança social, mesmo entre sociólogos de uma mesma geração.
Por outro lado, como o conhecimento sociológico sempre afeta as práticas sociais que interpreta, também as diferentes teses sobre a mudança acabam por se tornar recursos cruciais para sua introdução e, desse modo, partícipes, ao lado ou contra outras forças sociais, da definição dos rumos da sociedade. Nesse sentido, o próprio caráter cronicamente não consensual das teorias da mudança social, como da produção sociológica em geral, concorreu para que, em meados do século XX, a sociologia se tenha consagrado como uma forma válida (e privilegiada) de autoconsciência "científica" da sociedade moderna. Sendo plausível falar de uma pulverização de certezas quanto à mudança social no mundo contemporâneo, alimentada em parte por algumas interpretações atualmente hegemônicas de certas correntes dominantes do século XX, não deixaria de ser ingênuo, de todo modo, supor que o tema e mesmo suas formulações passadas, tenham perdido importância. Até porque, se interessa compreender as teorias contemporâneas da mudança social, é imprescindível conhecer as visões anteriores às quais elas pretendem se contrapor.
Uma série de pesquisas recentes (ARRUDA, 2001; OLIVEIRA, 2001; VILLAS BÔAS, 2006; BOTELHO et alli., 2009; CARVALHO, 2010, por exemplo) têm recolocado essas e outras questões cruciais e perenes da teoria sociológica a partir da sua sistematização cognitiva pela tradição sociológica brasileira, sobretudo, nos anos 1950. Como parte das prerrogativas que apenas o distanciamento no tempo permite, percebe-se na revisão do tema em curso, que as tensões entre os inevitáveis "antes" e "depois" de qualquer sequência de mudança, no lugar de simplesmente informarem a perspectiva de análise, constituem o núcleo mesmo do problema a ser explicado. O que, noutro nível, não altera o fato de "antes" e "depois" serem sempre ideais contrastantes, cujos significados são extraídos, tanto do que se nega, quanto do que se busca afirmar sobre as continuidades e as rupturas em qualquer sequência de mudança (BENDIX, 1996). Justamente por isso as diferentes teses sobre a mudança social e as visões de passado e futuro nos estudos e pesquisas dos sociólogos brasileiros atuam, não apenas num sentido cognitivo de compreensão da sociedade, mas também normativo, de um desejo de intervir nos rumos de seu desenvolvimento, identificando grupos e pautando normas de conduta e projetos de alcance político. No entanto, o próprio caráter "conservador" assumido pelo processo de modernização da sociedade brasileira, a partir da qual a mudança social tem se efetivado, a despeito de deixar praticamente intactos ou redefinidos noutros patamares problemas seculares, deixava descoberta a reprodução de desigualdades sociais, econômicas e políticas. Críticos por excelência dos caminhos que a modernização estava tomando no Brasil, entre os anos 1950 e 1970, os cientistas sociais visaram discutir as práticas sociais que serviam de base a esse processo. É esse o caso da socióloga paulista Maria Isaura Pereira de Queiroz, que discutiremos neste estudo.
Conhecida por sua vasta obra, Maria Isaura Pereira de Queiroz dedicou-se, ao longo de sua carreira, à pesquisa da sociedade camponesa ou "mundo rústico", como costumava denominar em nomenclatura tomada de Antonio Candido (2010), para
Por outro lado, como o conhecimento sociológico sempre afeta as práticas sociais que interpreta, também as diferentes teses sobre a mudança acabam por se tornar recursos cruciais para sua introdução e, desse modo, partícipes, ao lado ou contra outras forças sociais, da definição dos rumos da sociedade. Nesse sentido, o próprio caráter cronicamente não consensual das teorias da mudança social, como da produção sociológica em geral, concorreu para que, em meados do século XX, a sociologia se tenha consagrado como uma forma válida (e privilegiada) de autoconsciência "científica" da sociedade moderna. Sendo plausível falar de uma pulverização de certezas quanto à mudança social no mundo contemporâneo, alimentada em parte por algumas interpretações atualmente hegemônicas de certas correntes dominantes do século XX, não deixaria de ser ingênuo, de todo modo, supor que o tema e mesmo suas formulações passadas, tenham perdido importância. Até porque, se interessa compreender as teorias contemporâneas da mudança social, é imprescindível conhecer as visões anteriores às quais elas pretendem se contrapor.
Uma série de pesquisas recentes (ARRUDA, 2001; OLIVEIRA, 2001; VILLAS BÔAS, 2006; BOTELHO et alli., 2009; CARVALHO, 2010, por exemplo) têm recolocado essas e outras questões cruciais e perenes da teoria sociológica a partir da sua sistematização cognitiva pela tradição sociológica brasileira, sobretudo, nos anos 1950. Como parte das prerrogativas que apenas o distanciamento no tempo permite, percebe-se na revisão do tema em curso, que as tensões entre os inevitáveis "antes" e "depois" de qualquer sequência de mudança, no lugar de simplesmente informarem a perspectiva de análise, constituem o núcleo mesmo do problema a ser explicado. O que, noutro nível, não altera o fato de "antes" e "depois" serem sempre ideais contrastantes, cujos significados são extraídos, tanto do que se nega, quanto do que se busca afirmar sobre as continuidades e as rupturas em qualquer sequência de mudança (BENDIX, 1996). Justamente por isso as diferentes teses sobre a mudança social e as visões de passado e futuro nos estudos e pesquisas dos sociólogos brasileiros atuam, não apenas num sentido cognitivo de compreensão da sociedade, mas também normativo, de um desejo de intervir nos rumos de seu desenvolvimento, identificando grupos e pautando normas de conduta e projetos de alcance político. No entanto, o próprio caráter "conservador" assumido pelo processo de modernização da sociedade brasileira, a partir da qual a mudança social tem se efetivado, a despeito de deixar praticamente intactos ou redefinidos noutros patamares problemas seculares, deixava descoberta a reprodução de desigualdades sociais, econômicas e políticas. Críticos por excelência dos caminhos que a modernização estava tomando no Brasil, entre os anos 1950 e 1970, os cientistas sociais visaram discutir as práticas sociais que serviam de base a esse processo. É esse o caso da socióloga paulista Maria Isaura Pereira de Queiroz, que discutiremos neste estudo.
Conhecida por sua vasta obra, Maria Isaura Pereira de Queiroz dedicou-se, ao longo de sua carreira, à pesquisa da sociedade camponesa ou "mundo rústico", como costumava denominar em nomenclatura tomada de Antonio Candido (2010), para
Perguntas interessantes
Biologia,
8 meses atrás
Ed. Física,
8 meses atrás
Ed. Física,
8 meses atrás
Matemática,
1 ano atrás
Geografia,
1 ano atrás
Geografia,
1 ano atrás