“A sífilis sempre fez o que quis no Brasil patriarcal. Matou, cegou, deformou à vontade. Fez abortar mulheres. Levou anjinhos para o céu. Uma serpente criada dentro de casa sem ninguém fazer caso de seu veneno. O sangue envenenado rebentava em feridas. Cocavam-se então as perebas, tomavam-se garrafadas, chupava-se caju. (...) No ambiente voluptuoso das casas-grandes, cheias de crias, mulecas, mucamas é que as doenças venéreas se propagaram mais à vontade através da prostituição doméstica – sempre menos higiênica que a dos bordéis. Em 1845, Lassance cunha escrevia que o brasileiro não ligava importância à sífilis, ‘doença como que hereditária e tão comum que o povo a não reputa um flagelo, nem tampouco a receia’.”
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Uma dura crítica que serve de alerta até hj. Amei o texto
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