A Revolução Industrial pode ser considerada uma ruptura ou
uma continuidade na história? Por quê?
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Resposta:
A disputa entre as teses da ruptura ou da continuidade talvez seja um tanto ilusória, já que os movimentos político-sociais, mesmo os mais radicais, também contêm elementos que foram gerados na velha ordem. A idéia de um corte radical com o passado pode não ser a melhor representação do processo histórico. A história não se processa pela emergência abrupta de eventos, mas de outro lado alguns deles podem lhe imprimir um determinado curso, nem sempre previsto em seus antecedentes. Entre o determinismo, onde os acontecimentos são vistos como produto de uma necessidade inquestionável, e o voluntarismo, que vê a vontade e a ação humanas como elementos fundamentais do processo histórico, é preciso procurar compreender as complexas relações entre traços estruturais, dados conjunturais e a opção dos atores sociais.
O conceito de revolução utilizado para caracterizar eventos político-sociais inclui nele mesmo diferentes significados. No passado revolução foi entendida como volta às origens, como um "revolver", e nesse sentido estava relacionada a uma concepção circular do tempo histórico. Outra tradição, a iluminista, entendia revolução como o início de um novo tempo inserido na caminhada linear do gênero humano em seu processo evolutivo. Mais recentemente, o conceito de "revolução pelo alto" foi usado para compreender os processos de mudança conduzidos por elites políticas e que marcam a história de várias sociedades .