A Revolução Francesa
Quando se estuda a Revolução Francesa de 1789, seu caráter anti-feudal e burguês é
normalmente considerado como válido, pelo menos para boa parte dos historiadores que se
dedicaram ao estudo do processo revolucionário. Ao mesmo tempo, a Revolução teria sido
um movimento liderado por uma burguesia emergente, que vai fornecer os principais quadros
revolucionários, a ideologia dominante e que, ao fim do período revolucionário tinha
conseguido, através da superação dos entraves feudais, abrir o caminho à consolidação do
capitalismo no país.
Assim, pode-se considerar a Revolução como tendo sido uma revolução burguesa,
pois, apesar de, por dois momentos (durante o Ano II – 1793-94 e durante a Conspiração
dos Iguais, liderada por Babeuf, em 1796), o projeto burguês e liberal quase ter sido
ultrapassado, na verdade a burguesia teve o controle da situação durante todo o processo
revolucionário (1789-1799). No entanto, sem a participação dos camponeses (lembre-se que
na França do Antigo Regime, sete em cada oito habitantes eram camponeses), teria sido
impossível a derrubada da ordem feudal ainda existente no país, sem dúvida a principal
realização da Revolução. A revolução camponesa é uma realidade, sobretudo entre 1789-
1793. Por fim, ao se radicalizar, a Revolução terá como decorrência a ameaça externa e as
seguintes tentativas de contrarrevolução aristocrática interna. Destaque-se que a ameaça
externa era estimulada pela própria monarquia e pela nobreza emigrada (nobres que fugiram
do país durante o processo revolucionário). Diante da intervenção estrangeira e das
tentativas contrarrevolucionárias, será a revolução popular, ou a revolução “sans-culotte”,
notadamente entre 1792 e 1794, quem, em última instância garantirá a sobrevivência da
própria Revolução. Importa destacar que a mobilização de um proletariado urbano em
formação foi mais intensa quando mais perigosa foi a ameaça contrarrevolucionária e o apelo
às forças estrangeiras. A revolução popular traduziu-se, inclusive, em inúmeras “jornadas
populares”, das quais, por exemplo, poder-se-ia lembrar a “Tomada da Bastilha”, em 14 de
julho de 1789.
Os homens que estiveram à frente do processo revolucionário criaram a expressão
“Ancien Régime” (Antigo Regime), com a qual pretendiam marcar a consciência coletiva de
sua época com a ideia de que a Revolução representava a superação dos vícios, dos
privilégios, do despotismo, de um poder arbitrário, baseado numa ordem social injusta e
decadente. A Revolução, portanto, representaria o novo, a justiça, a igualdade, a liberdade,
a fraternidade, a limitação dos poderes dos governantes, a democracia. Logicamente todos
estes conceitos tinham múltiplas interpretações entre revolucionários. Para alguns, os mais
moderados, a igualdade absoluta era um sonho irrealizável e, por democracia, entendiam
uma democracia burguesa na qual os mais competentes, de maior mérito e educação (os
que possuíam a propriedade) é que deveriam governar. Para outros, mais radicais, a
igualdade e a democracia não passariam de palavras vazias, numa sociedade organizada de
sorte a não haver limites sobre a propriedade privada.
Texto do livro: RICARDO, ADHEMAR & FLÁVIO – História 1 coleção compacta.
Editora Lê. Belo Horizonte 1998.
ATIVIDADE
1) Simbolicamente, o que representou a Revolução Francesa?
2) Com base no texto e nas últimas aulas e atividades, explique o pensamento
que está abaixo:
A Revolução representava a superação dos vícios, dos privilégios baseado numa
ordem social injusta e decadente, como também representava a superação do despotismo.
3) Encontre no texto um trecho que apresenta a presença das ideias iluministas
na Revolução Francesa.
4) Por que as palavras igualdade e democracia não passavam de palavras vazias para um
setor da sociedade francesa que lutou na Revolução?
Soluções para a tarefa
Respondido por
1
Resposta:
na minha opinião pq as palavras igualdade e democracia eh tipo setor da sociedade
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