A República de Weimar enfrentou uma grande crise política social e econômico entre 1919-1933, defina as linhas gerais dessa crise.
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A Primeira fase
A queda do II Reich em novembro de 1918 e as discussões políticas sobre a aceitação ou não do Tratado de Versalhes, em 1919, marcaram os primeiros anos da nova República. Formou-se um governo provisório com os líderes do Partido Social Democrata Alemão (SPD) e do Partido Social Democrata Alemão Independente (USPD). Em janeiro de 1919, realizaram-se eleições para a Assembleia Constituinte, reunida em Weimar, que confirmou a hegemonia política do SPD. A constituição foi promulgada em julho de 1919 e transformou a Alemanha em uma República Parlamentarista de cunho liberal, sendo formada pelo Reichstag (Parlamento) e pelo Reichsrat (assembleia dos representantes dos estados, de caráter consultivo). Na chefia da República estava o presidente e também o Chanceler (primeiro-ministro).
Paralelamente a esse arranjo institucional, ocorreu a Revolução Alemã de 1918-1919. Com o objetivo de formar uma República Socialista baseada em sovietes, como o que havia ocorrido na Rússia pouco antes, os soldados e trabalhadores alemães tentaram tomar o poder em Berlim, organizando-se em conselhos. A Liga Espartaquista, uma dissidência do Partido Comunista Alemão (KPD), liderava as ações, tendo como principais nomes os comunistas Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht.
Apesar da força popular, eles não conseguiram conter a reação do Governo Provisório, comandado pelo SPD, que convocou o exército para derrotar a revolução. O esmagamento das forças revolucionárias se deu na Renânia, na Baviera e, principalmente, em Berlim. Vários líderes foram presos e executados, inclusive Luxemburgo e Liebknecht. A ironia neste caso é que os mandantes da execução eram antigos companheiros de partido, quando todos ainda estavam no SPD.
A economia alemã neste período caracterizou-se por uma forte inflação e um grande número de desempregados. A inflação beneficiava apenas alguns grupos econômicos, como grandes indústrias, mas afetava diretamente as condições de vida dos assalariados.
Ainda no aspecto político, esta primeira fase foi extremamente conturbada, com uma série de tentativas de golpe de Estado pelas forças ligadas ao antigo regime. Algumas delas, como a tentativa do general Kapp, foram contidas pelos trabalhadores, principalmente os organizados em sindicatos próximos ao SPD. Os operários organizaram ainda várias greves entre 1921 e 1922, exigindo a nacionalização das minas e bancos, além de melhorias nas condições de trabalho.
Por outro lado, a insatisfação com a situação econômica resultou também no surgimento do Partido Nacional Socialista Alemão, o partido nazista. Baseado em um ideário nacionalista, antiliberal, anticomunista, formando grupos paramilitares, culpando os judeus ligados ao capital financeiro pelos problemas econômicos alemães e liderados por Adolf Hitler, os nazistas tentaram dar um golpe em Munique, na Baviera, em 1923, mas não obtiveram sucesso.
Hitler utilizou da crise econômica e social alemã nas décadas de 1920 e 1930 para ascender ao poder.*
Segunda Fase
A partir de 1924, o país vivenciou um período de estabilidade política e econômica. Com a aproximação aos capitalistas estadunidenses, que passaram a investir diretamente na Alemanha, a estabilidade econômica alcançada melhorou os salários dos trabalhadores, além de diminuir as taxas de desemprego. Porém, como estes investimentos atrelavam a economia alemã à bolsa de Nova Iorque, a Crise de 1929 atingiu em cheio a Alemanha.
3ª Fase
O resultado foi o grande número de desempregados, que chegou a 5 milhões de trabalhadores. Esta situação levou ao descrédito com os antigos grupos políticos, como os socialdemocratas, abrindo o caminho nas eleições de 1932 para a ascensão dos nazistas. Nas ruas os conflitos entre nazistas e comunistas eram constantes. Com o apoio de capitalistas industriais, que se opunham aos comunistas, os nazistas se aproveitaram da crise política no Reichstag e fizeram de Hitler o Chanceler da Alemanha, em 1933. Neste mesmo ano, com o incêndio do Reichstag sendo apontado como ação dos comunistas, Hitler pôs na ilegalidade o KPD e depois o SPD. A morte do presidente Hindenburg, em 1934, tornou Hitler o chefe único do Estado, o Führer, iniciando desta forma a organização do Terceiro Reich.