Question

a) Que medida tomada pela direção da fábrica motivou a mobilização dos operários? (0.5)

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b) Descreva o cenário que o autor construiu do interior da fábrica (0.5)

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: Atrás da fábrica, qual podre anel, estendia-se amplo pântano coberto de bétulas e pinheiros. No verão ele exalava vapores densos e amarelos, de onde vinham nuvens de mosquitos, semeando a febre. O pântano pertencia à fábrica e seu novo diretor, querendo utilizá-lo, inventou drená-lo, para extrair dele a turfa. Dizendo aos operários que essa medida melhoraria as condições sanitárias da vida do bairro, determinou desconto de um copeque de cada rublo do salário deles, para a drenagem do pântano. [...]

Agitaram-se os operários [...]

Abafando o pesado resfolegar das máquinas, os suspiros difíceis do vapor e o ruído dos cabos, as vozes fundiam-se em turbilhão violento. Pessoas vinham correndo de todos os lados, agitando as mãos, animando uns aos outros com palavras apaixonadas e violentas. [...]

Acima da multidão pairava uma nuvem de poeira e ferrugem; os rostos inundados de suor estavam em fogo, a pele das faces vertia lágrimas negras. Os rostos sombrios eram inundados pelo brilho dos dentes e faiscar dos olhos.

Afinal, Pavel surgiu ao lado de Sizov e Makhotin, e seu grito ecoou nos ares:

- Camaradas! [...]

- Camaradas! – repetiu, dando a essa palavra todo entusiasmo e vigor. – Nós, aqueles que constroem as igrejas e as fábricas, que fundem o dinheiro, e forjam os grilhões; nós aquela força viva que alimenta e diverte a todos, das fraldas ao túmulo...

- Isso – gritou Rybin.

- Nós somos, sempre e em toda parte, os primeiros no trabalho, mas em último lugar na vida. Quem se preocupa conosco? Quem quer o nosso bem? Quem nos considera como gente? Ninguém!

- Ninguém! – repetiu alguém, como um eco.

Senhor de si, Pavel passou a falar com mais calma e simplicidade; a multidão aproxima-se dele, lentamente, transformando-se num só corpo sinistro, com mil cabeças. [...]

- Nós não alcançaremos sorte melhor, enquanto não nos sentirmos, camarada, uma família de amigos, estreita e solida unida pelo mesmo desejo – o de lutar pelos nossos direitos. [...]

Os rostos, enegrecidos pela fuligem, traziam uma expressão de sombria desconfiança; dezenas de rostos sérios e pensativos fixavam-se no rosto de Pavel. [...]

- Ele vem aí!...

- O diretor! ...

A multidão recuou, dando passagem a um homem alto, de barba pontuda e rosto fino. [...]

- Que reunião é esta? Por que abandonaram o trabalho? [...] Se dentro de quinze minutos, vocês não tiverem começado a trabalhar, serão todos multados! – declarou o diretor com voz seca e nítida.

Voltou a abrir caminho no meio da multidão, só que agora, denso murmúrio crescia atrás dele [...]

- camaradas, sugiro abandonar o trabalho até que ele desista do copeque...

Ouviram-se gritos de indignação:

- Acha que somos imbecis!

- greve?

- Por causa de um copeque.

Por que não? Façamos greve!

- Por causa disso vamos todos...

- E quem vai trabalhar?

- sempre tem alguém!

- Os judas? [...]

- Não vai conseguir organizar a greve! – disse Rybin, aproximando-se de Pavel. – Ainda que o povo esteja ávido, é covarde. Uns trezentos vão apoiá-lo, não mais [...].”

GORKI, Máximo. Pequenos burgueses; A mãe. São Paulo: Abril Cultural, 1982. p. 272-278.​

Answer 1

Resposta:A)TIRAR UM POUCO DO COPEQUE DE CADA RUBLO DO SALÁRIO DOS OPERÁRIOS PARA DRENAR O PÂNTANO

B)ATRÁS DA FÁBRICA HAVIA UM PÂNTANO CHEIO DE PINHEIROS E BÉTULAS,ONDE NO VERÃO FEDIA ACOMPANHADO DE MOSQUITOS