A psicoterapia de orientação psicanalítica infantil segue o pressuposto de que o psicoterapeuta não é um educador, não julga nem aconselha. O trabalho do terapeuta é principalmente observar a criança, colocar em palavras suas angústias, o que ela sente, seus conflitos. Seu papel é apresentar-se como um profissional neutro, à escuta do sofrimento da criança. É a análise da transferência (Dolto, 1996). Diante dos desdobramentos mostrados através do caso como pensar o processo transferencial e contra transferencial na psicoterapia de crianças?
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Resposta:
RESUMO
Neste trabalho, nos interrogamos quanto a como se compõe o campo transferencial nos tratamentos psicanalíticos pais-bebê. Através da leitura de autores que trabalharam com bebês e de nossa experiência clínica, procurou-se entender qual seu papel no setting analítico. É possível considerar que existem manifestações transferenciais por parte do bebê? Com que transferência(s) nos deparamos nesses tratamentos? Sugere-se que, apesar de não poder expressar verbalmente seu sofrimento psíquico, o bebê encontra maneiras de comunicar-se. Pensamos que muitos bebês, na presença do terapeuta, sentem a possibilidade de enviar mensagens que até então conseguiam comunicar apenas pela via sintomática. Acreditamos, assim, que o bebê é capaz de fazer transferência, e que muitas transferências estarão em jogo nesses tratamentos. Mas a questão é com quais dessas o analista vai trabalhar, uma decisão singular a cada tratamento.
Palavras-chave: psicanálise com bebês; transferência; psicoterapia pais-bebê.