A PRINCESA E O SAPO
Havia um rei, cuja única filha possuía uma beleza radiante como o sol. Por ser muito jovem e mimada, a princesinha tornou-se uma jovem cheia de caprichos.
No dia do seu aniversário, o pai presenteou-a com um maravilhoso pingente de ouro, em forma de coração.
E a princesinha, encantada com o presente, pendurou-o numa corrente e nunca mais se separou de seu dourado coraçãozinho.
Perto do palácio real, havia uma grande floresta onde a princesa costumava passear todas as tardes.
Às vezes, passava longas horas lendo contos de fadas, sentada à beira de um riacho que corria ali.
Um dia, porém, tendo esquecido de levar seu livro de leitura, a jovem pôs-se a jogar pedrinhas e folhas secas nas águas do rio.
Esteve brincando assim distraída durante longo tempo. Quando cansou, pegou seu pingente de ouro do pescoço e ficou a admirá-lo, segurando-o entre as mãozinhas delicadas.
Mas, sem querer, deixou que o pequeno coração lhe escapasse das mãos e caísse na água.
A jovem procurou a pequena joia em vão. Desiludida, começou a chorar de fazer dó. Até que, de repente, ouviu uma voz que dizia:
– O que aconteceu, princesa? Qual a razão para um choro tão desesperado assim?
A jovem voltou-se e viu um sapo.
– Diga-me! – insistiu o sapo. – Posso ajudá-la?
Aos prantos, a princesinha contou que o coraçãozinho de ouro que ganhara do pai havia sumido nas águas do riacho. O sapo prometeu encontrar a joia. Mas exigiria algo em troca.
– Peça o que quiser, mas traga-me o pingente de volta! – pediu a jovem.
O sapo queria tornar-se o companheiro inseparável da princesa. Sentar-se à mesa junto dela, comer no mesmo prato e dormir na mesma cama.
Para obter novamente seu precioso coração, a princesa fingiu que concordava e jurou que atenderia ao pedido do sapo. Mas ficou imaginando uma maneira de livrar-se dele.
Feito o juramento, o sapo mergulhou no rio e retornou, logo depois, com o pequeno coração.
Aproximou-se da princesa e, delicadamente, depositou a joia a seus pés.
A moça apanhou o pingente e, mais que depressa, saiu em disparada, deixando o sapo feito bobo, sem poder acompanhá-la.
O pobre coitado ficou amargurado da vida e voltou para a beira do rio, pensando no que fazer.
No dia seguinte, estando à mesa com o pai para almoçar, a jovem começou a ouvir pequenas pancadas na porta e uma voz que pedia:
– Abra a porta, princesa! Exijo que cumpra o que me prometeu!
Era o sapo que viera cobrar a promessa feita.
Ao ver aquela confusão, o rei quis saber de que se tratava.
Envergonhada, a princesa confessou ao pai como enganara o sapo para recuperar o pingente de ouro.
O rei era um homem bom e justo. Por isso mesmo, não gostou nem um pouquinho da atitude da filha.
– Apesar da aparência feia, o sapo ajudou-a num momento difícil, minha filha! Ordeno que cumpra a sua promessa.
A princesinha já estava mesmo arrependida. Abriu a porta e acolheu o sapo.
E assim os dois começaram uma convivência incomum, porém amigável.
Com o tempo, ficaram tão amigos que a princesinha já não fazia mais nada sem ouvir os sábios conselhos do sapo. Até que um dia, o bichinho adoeceu gravemente, deixando a jovem aflita.
– Dê-me um beijo de adeus! – pediu o sapo.
A princesa não conseguiu negar-se a um pedido tão comovente. Ergueu o sapo nas mãos, colocando-o em sua cama macia. Em seguida, abaixou-se e encostou ligeiramente os lábios sobre a sua
pele rugosa.
Para seu espanto, o sapo virou um belo príncipe, que lhe contou como uma bruxa má e invejosa o transformara em sapo. Com o afeto da princesa, o encanto se desfez e o príncipe voltou ao normal.
Depois disso, os jovens se casaram e foram felizes.
GRIMM, Jacob e GRIMM, Wilhelm. A
princesa e o sapo. São Paulo, FTD, 2006.
1) Em quantos e quais momentos a história se divide?
2) Qual seria a situação inicial da história?
3) Onde está a complicação ou o conflito gerador na história?
4) Quando ocorre o clímax?
5) Como acontece o desfecho da história?
6) Quais são os personagens da história?
7) Quem conta a história? Como podemos perceber isto?
8) Que tipo de narrador temos nesta história?
9) Onde a história aconteceu?
10) Onde a princesa costumava passear todas as tardes?
11) Quando a história aconteceu? Que palavras ou expressões marcam isto?
12) Que expressão foi utilizada para expressar quando a princesa deixou o pequeno coração escapar-lhe das mãos?
13) O sapo acompanhou o desespero da princesa e prometeu encontrar a joia. O que ele exigiu em troca?
14) Como é explicado o fato de o príncipe ter assumido o aspecto de um sapo por todo aquele tempo?
15) Em um conto de fadas, há um elemento de transformação da situação inicial para a situação final do conto. Qual é o elemento
de transformação do conto “A princesa e o sapo”?
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Resposta:
em. são Paulo
Explicação:
por que está no texto
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