A Primeira Guerra também sepultou, junto com os impérios, um ideal de vida materializado nas mesuras do cavalheirismo aristocrático, na tradição e na estirpe de sangue. Os soldados que se alistaram no início do conflito imaginavam que voltariam para casa em pouco tempo cobertos de glória e honra. Passaram quatro anos enfiados em trincheiras imundas onde enterraram seu idealismo. Triunfariam os valores modernos para o bem e para o mal: liberdade, igualdade e dinheiro. [...] Menos evidente é a persistente influência do conflito no campo das ideias. A Grande Guerra encerrou o otimismo da Belle Époque. A humanidade vivera décadas de relativa paz e desenvolvimento econômico e científico. Parecia a vitória definitiva da razão iluminista. Mas a ciência e a tecnologia – expressões do engenho humano – foram postas a serviço da morte e da destruição. A metralhadora concedeu a um único homem o poder de matar um batalhão inteiro. Fertilizantes agrícolas, que em tempos de paz garantiam mais alimentos, foram transformados em armas químicas. O avião permitiu incursões armadas antes inimagináveis. A desilusão do pós-guerra colocou a própria razão em xeque. A carnificina facilitada pela ciência estimulou correntes irracionalistas de pensamento tais como o niilismo e variadas formas de relativismos. Por que, afinal, confiar na razão, no conhecimento objetivo, no progresso se tudo isso pode ser usado para o mal? Obviamente, os subjetivismos também não asseguram um mundo melhor. Mas são ainda hoje influentes.
Ao analisar os impactos da Primeira Guerra Mundial no continente europeu, o autor procura destacar que ela
A) representou um período de grandes avanços técnicos e científicos, que trouxe importantes benefícios posteriores para o mundo ocidental.
B) significou a superação das ideologias políticas e sociais, que haviam se espalhado no século XIX, na medida em que consolidou um novo ideal de progresso nesse continente.
C) evidenciou os limites e contradições dos ideais de progresso e racionalidade científica, que havia se consolidado no imaginário europeu durante o século XIX.
D) possibilitou a consolidação do modelo socialista no mundo, uma vez que as nações capitalistas liberais estavam diretamente relacionadas com o conflito.
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