Português, perguntado por neeurodrigues1, 11 meses atrás

a presença do indígena na literatura árcade brasileira

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Respondido por dudaolimpio11
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Nas mídias como o rádio, o jornal e a televisão vêm instrumentalizado uma violência simbólica, com os livros a literatura sempre se teve uma idéia de resistência. Porque sempre se imaginou que na literatura teria uma autonomia em relação aos valores dominantes. O índio na literatura sempre foi descrito pela visão (e versão) do outro, pergunto em que medida a literatura contribuiu ou resistiu para a base desta destruição? A literatura a partir do momento que só coloca a visão do outro (não índio) esta sendo uma contribuição nas produções de destruição do índio. A literatura passa a ser uma ferramenta primordial, pois passa de um modo despercebido, ela entra na cultura das pessoas. Essas produções do índio dão inicio pelos os árcades, Basílio da gama que via o índio como “homem natural” e Santa Rita Girão que os via como “o comedores de carne humana” que “só o cristianismo salvaria”, visão limitada de primitivos e selvagens. Com Indianismo um estilo literário que buscava uma identidade nacional vai-se aprofundar no índio como tema, que então é recriado é um índio que passa a ser bem visto pois, é um índio idealizado e dotado de qualidades como coragem, honra etc. . Este estilo (indianista} se adequou a chamada “poesia romântica” que se valia da natureza, da história, de cenas e costumes nacionais, seus principais autores foram Gonçalves Dias e Jose de Alencar.. Gonçalves Dias escritor romântico da primeira fase usou de impressões que guardara dos nativos com o contato que teve na sua infância. A visão que ele dá mais próximo da realidade do índio esta ligando aos costumes. Assim como os europeus buscavam suas origens da nacionalidade na literatura, Gonçalves Dias também vai buscar tendo por referencia a visão do europeu em relação ao índio, redescobrindo o índio uma raça que estava adormecida pela tradição que é revivida mesclada ao culto de bom selvagem. As situações desenvolvidas como gestos heróicos e trágicos têm na sua forma reflexos de epopéia, das tragédias clássicas dos romances de cavalarias medievais, ou seja, não houve uma identidade, mas uma reprodução dos valores do outro. Suas principais obras indianistas são os livros Juca Pirama, Marabá e Leito de Folhas Verdes, seu índio é muito idealizado e moldado com sentimentos de bravura e de louvor à honra características que reflete pensamentos de um mundo ocidental, a de um herói cavalheiro medieval. Jose de Alencar alem de grade escritor foi também um grande ideólogo, deixou varias obras consideradas riquezas de nossa Literatura e de nossa cultura. O índio de Jose de Alencar vai desempenhar um papel fundamental na cultura dos brasileiros, porque o índio dele entra em intima comunhão com o colonizador, ou seja, tudo se passa como se o índio e os portugueses participassem do mesmo projeto. Como se os índios estivessem as esperas do colonizador para serem educados e civilizados, produzindo um “índio bom” que é aquele que já assume sua condição de inferioridade perante aos brancos, por exemplo, em “Iracema” a bela índia chega a lutar contra sua própria tribo para proteger seu amor (Martin Soares Moreno), ela deixa sua cultura para viver com o outro é como disse Machado de Assis uma “doce escravidão” uma escravidão voluntária. Em “O Guarani” Peri (versão masculina de Iracema) é cheio de qualidades que são do mundo “civilizado”, ele sai da sua tribo aprende português, tornase cristão para viver entre os civilizados ao lado de sua amada Ceci. Segundo Jean Marcel C. França “ Peri e Iracema são índio de “alma branca”; seu encontro com o colonizador só é possível porque eles têm consciência de sua inferioridade e respeitam a hierarquia quando se unem ao branco. Considerando que estamos sobre a égide de raça, Peri e Iracema não podendo “branquear” o corpo, se dispõem a uma espécie de “branqueamento cultural” e com isso se habilitam à união com o colonizador, contribuindo para a formação de uma nação mestiça, que se quer cada dia mais branca”. 






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