A política global para a Aids tem sido altamente influenciada por atores não estatais. Notadamente,
organizações não governamentais (ONGs), locais e transnacionais, assim como empresas multinacionais
do setor farmacêutico, têm desempenhado papel importante na elaboração e implementação das
políticas de tratamento da epidemia. Diante da escassez de recursos, especialmente em países em
desenvolvimento, como o Brasil, a distribuição do acesso a terapias antirretrovirais entre países e entre
grupos domésticos envolve intrincadas relações de poder que não se restringem ao âmbito do Estado. Em
particular, redes transnacionais, tanto de empresas quanto de ONGs, e uma ampla gama de outros atores
oferecem novos canais de influência política. O acesso às esferas decisórias nacionais e internacionais por
esses diferentes atores e sua capacidade de estabelecer as agendas determinam, em grande medida, as
respostas dadas à Aids. As relações de poder no contexto da epidemia são produzidas, ademais, não só
pelo alcance econômico e financeiro desses países e empresas, mas também pela influência que advém
do emprego e da propriedade do conhecimento científico, da divulgação de novas informações e do
avanço das ideias normativas, sobretudo as relacionadas ao direito humano à saúde.
SOUZA, A. M. Saúde Pública, patentes e atores não estatais: a política externa do Brasil ante a epidemia da aids. In. PINHEIRO, L.; MILANI,
C.R.S. Política externa brasileira: as práticas da política e a política das práticas. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2012, p. 204 (adaptado).
Considerando esse contexto, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
I. É possível apontarmos indivíduos e instituições que se destacam no processo decisório de política
externa, mas é cada vez mais difícil supor que a presença de lideranças carismáticas ou o monopólio
de uma agência possam explicar a definição dos interesses brasileiros referentes à política da Aids
no plano internacional.
PORQUE
II. A posição internacional brasileira em relação a sua política para Aids passou a afetar mais
diretamente uma porção significativa da população e, assim, um grupo cada vez mais amplo de
cidadãos tende a se interessar pelas decisões tomadas pelo governo nesse âmbito e a demandar
mais transparência nos processos decisórios de política externa.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
A As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
B As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
C A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
D A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
E As asserções I e II são proposições falsas.
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A As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
A política externa brasileira em relação a temática da AIDS tem se comportado de forma alinhada com os grupos dominantes que apresentam interesses em relação a este processo.
Diante disso, somente estes grupos tem sido capazes de pressionar publicamente o Estado para melhores tratamento, de forma mais universalizada, para aqueles acometidos com a doença.
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