História, perguntado por jubileu580, 9 meses atrás

A partir do século IV, o Império Bizantino adotou o cristianismo como religião oficial e adotou o modelo político denominado de cesaropapista. O que você acha esse modelo político correto?

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Respondido por now14
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Resposta:

O Cesaropapismo é um dos principais conceitos para se entender bem a organização política do antigo Império Bizantino (395-1453). Grosso modo, essa palavra consiste na junção de outras duas: caesar e papa, ou imperator e pontifex, isto é, respectivamente, a autoridade política máxima, o césar, e a autoridade religiosa máxima, o papa. De acordo com o Dicionário de Política, organizado por Norberto Bobbio, o Cesaropapismo pode ser pormenorizadamente definido como:

[...] um sistema de relações entre Estado e Igreja em que o chefe do Estado, julgando caber-lhe a competência de regular a doutrina, a disciplina e a organização da Societas fidelium, exerce poderes tradicionalmente reservados à suprema autoridade religiosa, unificando (pelo menos em via tendencial) na própria pessoa as funções de imperator e de pontifex. Decorre daí um traço característico do sistema cesaropapista: a subordinação da Igreja ao Estado, que atingiu formas às vezes tão acentuadas de levar a considerar a primeira um órgão do segundo. [1]

Ao contrário do que ocorria no Império Romano (antes da conversão de Constantino e da progressiva cristianização dos antigos domínios romanos), onde o imperador era Augustus, isto é, divino; no Império Bizantino, o imperador acabou sendo o representante de Cristo na Terra.

Respondido por Himamoto1
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O Cesaropapismo é um dos principais conceitos para se entender bem a organização política do antigo Império Bizantino (395-1453). Grosso modo, essa palavra consiste na junção de outras duas: caesar e papa, ou imperator e pontifex, isto é, respectivamente, a autoridade política máxima, o césar, e a autoridade religiosa máxima, o papa. De acordo com o Dicionário de Política, organizado por Norberto Bobbio, o Cesaropapismo pode ser pormenorizadamente definido como:

[...] um sistema de relações entre Estado e Igreja em que o chefe do Estado, julgando caber-lhe a competência de regular a doutrina, a disciplina e a organização da Societas fidelium, exerce poderes tradicionalmente reservados à suprema autoridade religiosa, unificando (pelo menos em via tendencial) na própria pessoa as funções de imperator e de pontifex. Decorre daí um traço característico do sistema cesaropapista: a subordinação da Igreja ao Estado, que atingiu formas às vezes tão acentuadas de levar a considerar a primeira um órgão do segundo. [1]

Ao contrário do que ocorria no Império Romano (antes da conversão de Constantino e da progressiva cristianização dos antigos domínios romanos), onde o imperador era Augustus, isto é, divino; no Império Bizantino, o imperador acabou sendo o representante de Cristo na Terra.

Dinastia macedônica do Império Bizantino

Esse fenômeno recebeu a reprovação dos bispos da Igreja por um motivo simples: na doutrina cristã, há uma nítida separação entre as “coisas do mundo” (de césar) e as “coisas de Deus” ou entre as “duas cidades”, a “Cidade dos Homens” e a “Cidade de Deus”. Não pode haver, portanto, superposição de uma coisa sobre a outra. Desse modo, ao imperador bizantino, sobretudo a partir da dinastia macedônica (que começou no século IX com Basílio I), começaram a ser atribuídas ao imperador características sacerdotais: seu quarto de dormir, sua sala de banquete, seu trono e tudo o mais por ele habitado era considerado sagrado, como o próprio templo onde se celebrava a missa. Os hábitos cotidianos do imperador eram considerados símbolos litúrgicos, isto é, integrados na ritualística cristã.

A única autoridade que poderia confrontar o fenômeno do Cesaropapismo era o Patriarca: chefe espiritual no mundo bizantino. Ao Patriarca cabia a tarefa de zelar pela independência da Igreja e do poder espiritual em face do poder político. No entanto, durante a dinastia macedônica, os Patriarcas começaram a ser cooptados pelos imperadores, como narra o historiador francês Daniel-Rops, em seu livro a Igreja dos Tempos Bárbaros:

Desde os começos da dinastia de Basílio I, confiscaram a eleição: se até então o patriarca da dinastia era designado por uma espécie de conclave de que participavam representantes do cler, do povo e do Palácio, a partir de agora os metropolitas, reunidos em Santa Sofia, na presença de o sincelo, propunham três candidatos, e se algum deles agradava ao Basileu, era sagrado; caso contrário, o Imperador escolhia outro. O patriarca passou a ser, assim, um apaniguado do príncipe ou um membro da sua família – por exemplo, o irmão mais novo do Basileu, como se viu três vezes –; quase sempre tratava-se de um antigo alto funcionário, como Teodoro Cassiteras, Taraíso, Fócio, Nicolau, o Místico, que haviam sido Secretários de Estado antes de ascenderem ao patriarcado. [2]

Esse entrelaçamento dos poderes perduraria no Império Bizantino até o seu fim, em 1453, quando Constantinopla foi subjugada pelo Império Turco-otomano, sob o comando de Mehmet II.

eu sei bem dessa materia

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