a partir de que momento a fragmentação Florestal ameaça a biodiversidade
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A fragmentação florestal é uma ameaça maior do que se imaginava para a biodiversidade na bacia do Amazonas, revela um estudo divulgado nesta segunda-feira (27) pela revista "Proceedings of the National Academy of Sciences".
A fragmentação sé um efeito das atividades madeireiras, pecuárias e industriais numa região que contém as maiores áreas florestais do planeta. Segundo o estudo, calcula-se que numa superfície equivalente a dois campos de futebol convivam até 300 espécies de árvores diferentes. A bacia do Amazonas, ocupada pelo rio e seus afluentes, ocupa uma superfície de cerca de 7 milhões de quilômetros quadrados.
A pesquisa incluiu a análise de quase 32 mil árvores amazônicas desde 1980. O estudo é considerado a maior e mais prolongada experiência realizada até agora sobre a fragmentação do habitat amazônico.
Segundo William Laurance, do Instituto Smithsonian de Pesquisa Tropical, no Panamá, uma das descobertas da pesquisa foi a notável velocidade de mudança dos ecossistemas como conseqüência da fragmentação.
"As árvores das florestas úmidas podem viver séculos, e até milênios. Ninguém esperava, portanto, algo tão rápido. Em apenas duas décadas, que são apenas um segundo na vida de uma árvore milenar, o ecossistema sofreu uma grave degradação", disse Laurance.
Segundo os cientistas, o fator principal de degradação são as mudanças ecológicas que ocorrem nas margens das fragmentações florestais. "Quando se fragmenta a floresta, os ventos quentes das planícies adjacentes matam muitas árvores", explicou Henrique Nascimento, membro do Instituto Nacional para a Pesquisa Amazônica do Brasil.
Segundo o cientista brasileiro, o estudo determinou que a fragmentação produz uma reestruturação completa das comunidades de árvores. "As mais vulneráveis são as que sobrevivem sob as copas e que precisam de animais como pássaros e morcegos para espalhar suas sementes ou o pólen", acrescentou.
Para os cientistas o problema também pode ser um fator na mudança climática. As árvores menores, numa região fragmentada, têm menos biomassa. Portanto, menos carbono que as selvas originais. O carbono das árvores mortas é reconvertido pelos insetos em dióxido de carbono, o mais importante dos gases do efeito estufa.
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