A partir da leitura dos fragmentos do livro de Laura de Mello e Souza qual era a percepção que os europeus tinham dá colônia brasileira num geral?.
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“A história exige imaginação e muito esforço, muito rigor. Como se fosse um espetáculo encenado: a cortina sobe, tudo parece no seu lugar, tão harmonioso e tão fluente, mas se passaram meses, anos até se chegar ali. Por isso tenho fascínio por bailarinas: quanto esforço atrás de um gesto por baixo da aparente naturalidade.” A definição é da historiadora Laura de Mello e Souza, professora titular de história moderna na Universidade de São Paulo (USP), que acaba de lançar a biografia do poeta inconfidente Cláudio Manuel da Costa (coleção Perfis Brasileiros da Companhia das Letras), um belo entrechat histórico da pesquisadora, que, partindo de uma quase total ausência de informações sobre o personagem, construiu um retrato do homem e da época. Um jeté que exigiu longas buscas em arquivos históricos, uma marca do trabalho de Laura, mas que, como no balé, não revela o esforço, apenas a beleza do texto. “Venho de uma família de contadores de história”, explica. No entanto, não lhe foi um fardo sempre ouvir dos professores: “Ah, você é filha do Antonio Candido e da dona Gilda de Mello e Souza?”. A família de intelectuais era, acima de tudo, uma família, ainda que cercada de livros. “Minha relação com meus pais sempre foi boa. Eles são pessoas especiais, têm uma noção justa do seu papel, mas são modestos e têm uma relação muito bonita com o conhecimento.”
Laura, antes da história, flertou com a arquitetura, psicologia e medicina. Reuniu todas essas paixões na história, acrescentando uma boa dose de preocupação social e consciência política. Foi a primeira a tratar dos “desclassificados” em Desclassificados do ouro (1983) e seus livros sempre trazem uma relação forte com uma leitura mais engajada do Brasil, sem que a autora abra mão do rigor dos documentos. Assim, embora diga “viver” entre os séculos XVI e XVIII, suas obras ajudam a explicar o país de hoje, em aspectos antes desprezados pelos acadêmicos, como a religiosidade e a feitiçaria, presentes em O diabo e a Terra de Santa Cruz (1986) e Inferno atlântico (1993). Mais recentemente, vem repensando a forma de escrever a história do Brasil. “O historiador não pode ficar só no particular. É a história da floresta: se vemos a árvore, temos que ver a floresta, senão a compreensão fica prejudicada.” Daí sua dedicação em compreender os impérios para resolver os dilemas da colônia que fomos um dia, um grande temps levé. Desse esforço, resultou o projeto apoiado pela FAPESP Dimensões do Império português, que Laura coordenou, e livros como O sol e a sombra (2006). Leia a seguir trechos da sua entrevista.
Espero ter lhe ajudado; )
Laura, antes da história, flertou com a arquitetura, psicologia e medicina. Reuniu todas essas paixões na história, acrescentando uma boa dose de preocupação social e consciência política. Foi a primeira a tratar dos “desclassificados” em Desclassificados do ouro (1983) e seus livros sempre trazem uma relação forte com uma leitura mais engajada do Brasil, sem que a autora abra mão do rigor dos documentos. Assim, embora diga “viver” entre os séculos XVI e XVIII, suas obras ajudam a explicar o país de hoje, em aspectos antes desprezados pelos acadêmicos, como a religiosidade e a feitiçaria, presentes em O diabo e a Terra de Santa Cruz (1986) e Inferno atlântico (1993). Mais recentemente, vem repensando a forma de escrever a história do Brasil. “O historiador não pode ficar só no particular. É a história da floresta: se vemos a árvore, temos que ver a floresta, senão a compreensão fica prejudicada.” Daí sua dedicação em compreender os impérios para resolver os dilemas da colônia que fomos um dia, um grande temps levé. Desse esforço, resultou o projeto apoiado pela FAPESP Dimensões do Império português, que Laura coordenou, e livros como O sol e a sombra (2006). Leia a seguir trechos da sua entrevista.
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