a obra de Alex flemming
Soluções para a tarefa
Alex Flemming dedica-se inicialmente à gravura, à fotografia e à pintura, realizando, em 1983, uma série de grandes quadros que têm como referência fotografias de corpos vigorosos. Em 1990, sua produção é marcada por uma nova orientação: passa a realizar também intervenções, expondo, na escadaria do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), diversas cabeças de boi empalhadas, pintadas de azul metálico, encaixadas em latas de lixo brancas invertidas.
No começo dos anos 1990, realiza algumas séries de pinturas com caráter autobiográfico, que têm como suporte suas próprias roupas. Posteriormente, passa a recolher e pintar, cadeiras, poltronas e sofás usados, nos quais posteriormente aplica letras, que formam textos retirados de notícias de jornais, deslocando assim a relação preestabelecida com esses objetos. Já em Body Builders (2001-2002), fotografa corpos jovens e esbeltos para em seguida desenhar, sobre essas imagens, mapas de áreas de conflitos e de guerras, como, por exemplo, aquelas do Oriente Médio ou da região de Chiapas, no México.
O uso de caracteres gráficos sobre fotografias de pessoas também está presente em um dos seus mais destacados trabalhos: os painéis da Estação Sumaré do Metrô de São Paulo. Compostos por fotos de pessoas comuns, a cada uma delas foi atribuído um poema, escrito em letras meio borradas, com alguns trechos invertidos ou ausentes, o que não impossibilita totalmente a compreensão do texto.