Administração, perguntado por 988905224az, 9 meses atrás

a-
o que teria provocado o crime no primeiro conto? Você considera um
motivo para o assassinato?
b-
No conto de Assis, o enfermeiro distorce a realidade após o crime. Com
que motivo? Como a opinião alheia interfere nesse processo?
C-
Depois de receber a herança, que atitudes práticas Procópio realiza no
sentido de atenuar sua culpa?
2 - Compare as duas histórias: Qual crime foi mais hediondo na sua opinião.
Explique por quê.
3- A culpa é um sentimento presente em ambos os textos e é fundamental no
desfecho das histórias. Explique separadamente.​

Soluções para a tarefa

Respondido por andressasoaresfalcao
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Resposta:

Analisando bem, No conto, o enfermeiro é narrado em 1º pessoa pelo protagonista-narrador Procópio. Ele é convidado a cuidar de um velho enfermo, o coronel Felisberto, homem muito rude, o qual acaba sendo morto "acidentalmente" por Procópio. Essa obra literária começa com Procópio, já velho e à beira da morte, narrando a sua história sobre os meses infernais que passara ao lado do coronel, como se pode verificar em um dos trechos (é só observar o texto). O Enfermeiro é um típico relato machadiano. Humano, mas irônico e distanciado, trabalha com a imperfeição ética das personagens que são, claro, representantes típicos da espécie. O ceticismo de Machado levava-o a avaliar objetivamente a condição moral de seus semelhantes. Podemos notar que, após a morte do coronel Felisberto Procópio sentia-se culpado, mas com o passar do tempo a culpa foi cada vez ficando menor aos seus olhos. O homem é mais uma vez retratado por Machado como um ser corrompido, egoísta, ingrato, oportunista e preso as forças malignas. As características podem ser observadas tanto em Procópio quanto no Coronel Felisberto. Esse pessimismo Machadiano em retratar a humanidade evidencia uma certa "má vontade" do autor em julgar o ser humano e a vida de uma maneira geral. Isto pode ser bem percebido em um outro texto. Um outro dado bastante importante destacar é a tematização da morte, na qual está vinculada, ao mesmo tempo, à decomposição moral e a decomposição carnal (se é que eu posso falar assim). Esse teor dramático dado ao contemporâneo está relacionado à tragédia, a qual Machado acreditava ser o tema central da vida. Para ele, os melhores momentos da arte concentram-se na visão trágica da existência humana, como se pode observar em um outro trecho (se quiser que eu cite os trechos, é só deixar nos comentarios). Durante a leitura, há uma mudança gigantesca não apenas nos perfis psicológicos das personagens como também em nossas próprias convicções iniciais. O enfermeiro passa de vítima da rudeza do Coronel à responsável pela morte do mesmo. O Coronel, de vilão e ingrato passa a ser visto como uma pessoa com um imenso sentimento de gratidão, ao deixar para o seu enfermeiro toda a sua fortuna. Logo, há um deslocamento de um esquema maniqueísta, onde se acredita que existam pessoas boas e pessoas ruins. Machado nos quer mostrar, portanto, que ninguém é tão bom ou tão mau quanto possa parecer. (Não é uma análise completa, é só um resumo do que eu entendi, do que eu li).

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