A necessidade da Política
“O homem é um animal sociável: só pode viver e se desenvolver entre seus
semelhantes. Mas também é um animal egoísta. Sua “insociável sociabilidade”, com
diz Kant, faz que ele não possa prescindir dos outros nem renunciar, por eles, à
satisfação dos seus próprios desejos.
É por isso que necessitamos da política. Para que os conflitos de interesses se
resolvam sem recurso à violência. Para que nossas forças se somem em vez de se
oporem. Para escapar da guerra, do medo, da barbárie.
É por isso que precisamos de um Estado. Não porque os homens são bons ou
justos, mas porque não são. Não porque são solidários, mas para que tenham uma
oportunidade de, talvez, vir a sê-lo. Não “por natureza”, não obstante o que diz
Aristóteles, mas por cultura, por história, e é isso a própria política: a história em via
de se fazer, de se desfazer, de se refazer, de continuar, a história no presente, e é
nossa história, e é a única história. Como não se interessar pela política? Seria não se
interessar por nada, pois tudo depende dela.”
(Comte-Sponville, André. Apresentação da Filosofia)
“Não é a política que provoca os conflitos: maus ou bons, estimulantes ou
letais, os conflitos são sintomas que acompanham necessariamente a vida em
sociedade... e que paradoxalmente, confirmam o quanto somos desesperadamente
sociais! Então a política se ocupa de atalhar certos conflitos, de canalizá-los, e
ritualizá-los, de impedir que cresçam até destruir como um câncer o grupo social. Nós,
seres humanos, somos agressivos (...) é só nos descuidarmos um pouco, que levamos
nossas discrepâncias conflituosas ao ponto de nos matar uns aos outros. Os outros
animais que vivem em grupo costumam ter padrões instintivos de conduta que
limitam os confrontos intergrupais: os lobos lutam ferozmente entre si por uma
fêmea, mas, quando o que vai perdendo oferece voluntariamente o pescoço ao mais
forte, o outro se dá por contente e lhe poupa a vida; se, na batalha entre dois gorilas
machos, um pega um bebê gorila nos braços e o nina como fazem as fêmeas, o outro
cessa imediatamente a briga, porque não se atacam as fêmeas... Etc. Os homens não
costumam ter tão piedosas deferências uns com os outros. É preciso inventar
artifícios que impeçam que o sangue corra: são necessárias pessoas ou instituições a
que todos obedeçam e que medeiam as disputas, oferecendo sua arbitragem ou a sua
coação para que os indivíduos em confronto não se destruam mutuamente, para que
não triturem os mais fracos (crianças, mulheres, velhos...), para que não iniciem uma
cadeia de vinganças mútuas que acabe com a concórdia do grupo.”
(Savater, Fernando, Política para meu filho)
1. Enumere os argumentos que cada autor utiliza para justificar a necessidade da política.
Soluções para a tarefa
Respondido por
1
Resposta:
O Apartheid era um regime separatista racial, criado na África do sul em 1948, onde a minoria branca (que eram os únicos com o direito a voto em toda população sul africana) tinham total poder político e econômico sobre o país; já a grande maioria da população, formada sobretudo por pessnegra, era obrigada a aceitar a legislação separatista, e com isso eles perdiam
Explicação:
V
godoigiovana8840:
essa seria a resposta da 1?
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