A natureza do mental [...]
Fenômenos mentais são subjetivos e privados, o que significa dizer que eles ocorrem para nós. Mas será isto suficiente para manter a afirmação de que a mente nada tem a ver com o cérebro? Tenho uma dor de cabeça e tomo uma aspirina; se a dor passa, em que local terá atuado a aspirina? Na mente ou no cérebro? [...] Mente e cérebro podem ser coisas distintas, mas certamente estão ligados de alguma maneira. O problema é saber como é possível dar-se esta ligação - e este é um problema para o filósofo da mente resolver. [...]O monismo por exemplo é a tese que sustenta que só existe um tipo de substância no universo, seja ela material ou espiritual. A versão mais frequente do monismo é o materialismo, ou seja, a teoria de que não existe nada além da matéria e suas possíveis manifestações no universo. De acordo com essa visão, fenômenos mentais são idênticos aos fenômenos físicos, pois mente e cérebro são a mesma coisa.
TEIXEIRA, João Fernandes. O que é filosofia da mente. Pg. 02 Editora Brasiliense.1994.
A partir do sistema filosófico de Descartes, podemos perceber a importância de ciências como a neurologia e do estudo da mente humana pelos mais diferentes campos do conhecimento. Tendo em vista o texto, defina a tese monista e a tese dualista em torno da natureza do mental e relacione essa discussão com a filosofia cartesiana.
Soluções para a tarefa
Resposta:
Explicação:Durante séculos os filósofos tentaram responder às questões: O que é a mente? O
que caracteriza os fenômenos mentais? O mesmo ocorre com quase todas as religiões que
conhecemos. Todas elas referem-se à mente às vezes como "espírito" ou como "alma" -
algo que teria propriedades especiais e que continuaria subsistindo mesmo após a nossa
morte.
Na verdade, falar de "mente" ou de "fenômenos mentais" ainda é uma coisa que nos
causa tanta estranheza quanto falar de OVNIs ou da existência de criaturas extraterrestres.
A mente sempre foi um enigma, talvez pelo fato de os fenômenos mentais serem invisíveis
e inacessíveis para nós. A ciência de que dispomos até hoje não parece ter auxiliado muito
na tentativa de encontrar uma resposta para essas questões. A Psicologia quer fazer uma
ciência da mente, desenvolveu testes e teorias acerca do funcionamento mental do homem e
de alguns animais. Mas os psicólogos nunca chegaram a um consenso sobre o que é a
mente e sobre o que eles estão falando. Há não muito tempo havia psicólogos que nem
sequer reconheciam a existência da mente ou dos fenômenos mentais, embora se
declarassem estudiosos de Psicologia. Estranhas criaturas, que nem sequer sabiam que
sonhavam!
Por outro lado, nos últimos anos presenciamos um imenso desenvolvimento da
Neurofisiologia e das chamadas "ciências de cérebro". Mas será que essas ciências podem
nos ajudar a encontrar uma resposta para tais questões? Podemos até imaginar um
neurocirurgião abrindo a cabeça de alguém e examinando seu cérebro: certamente ele verámuitas células nervosas, mas nunca verá uma idéia, um sentimento ou uma emoção. Talvez
esta seja uma maneira de caracterizar a natureza dos fenômenos mentais: eles são
invisíveis. Mas será esta uma boa caracterização?
Os átomos também são invisíveis. Entretanto seria difícil dizer que átomos são
fenômenos mentais apenas porque não podemos observá-los. A diferença estaria no fato de
que os átomos são invisíveis, mas isto não significa que um dia eles não possam ser
observados. Através de um supermicroscópios eletrônico, que poderia se construído no
futuro – quem sabe? O mesmo não ocorreria com os fenômenos mentais. Assim, parece
absurdo supor que um dia, mesmo com um supermicroscópio eletrônico, poderemos
observar uma idéia, um sentimento ou uma emoção