A narrativa que você lerá foi escrita por Laura Bergallo e pertence ao livro “A criatura”, publicado em 2005. Na obra, são explorados alguns conflitos. No capítulo selecionado, você conhecerá uma personagem que enfrenta muitos desafios e muitas aventuras.
A criatura
A tempestade tornava a noite ainda mais escura e assustadora. Raios riscavam o céu de chumbo e a luz azulada dos relâmpagos iluminava o vale solitário, penetrando entre as árvores da floresta espessa. Os trovões retumbavam como súbitos tiros de canhão, interrompendo o silêncio do cenário [...].
Alimentadas pela chuva insistente, as águas do rio começavam a subir e a invadir as margens, carregando tudo o que encontravam no caminho. Barrancos despencavam e árvores eram arrancadas pela força da correnteza, enquanto o rio se misturava ao resto como se tudo fosse uma coisa só. Mas algo... ou alguém... ainda resistia.
Agarrado desesperadamente a um tronco grosso que as águas levavam rio abaixo, um garoto exausto e ferido lutava para se manter consciente e ter alguma chance de sobreviver. Volta e meia seus braços escorregavam e ele quase afundava, mas logo ganhava novas forças, erguia a cabeça e tentava inutilmente dirigir o tronco para uma das margens.
De repente, no período de silêncio que se seguia a cada trovão, ele começou a ouvir um barulho inquietante1, que ficava mais e mais próximo. Uma fumaça esquisita se erguia à frente, e ele então compreendeu: era uma cachoeira! [...]
Num pulo desesperado, agarrou o ramo de uma árvore que ainda se mantinha de pé perto da margem e soltou o tronco flutuante, que seguiu seu caminho até a beira do precipício e nele mergulhou descontrolado.
A tempestade prosseguia e cegava o garoto, o rio continuava seu curso feroz e a cachoeira rosnava2 bem perto de onde ele estava. De repente, percebeu que a distância entre uma das margens e o galho em que se pendurava talvez pudesse ser vencida com um pulo. Deu um jeito de se livrar da camisa molhada, que colava em seu corpo e tolhia3 seus movimentos. Respirou fundo para tomar coragem.
Se errasse o pulo, seria engolido pela queda-d’água... mas, se acertasse, estaria a salvo. Viu que não tinha outra saída e resolveu tentar. Tomou impulso e [...] conseguiu alcançar a margem. [...]
Ficou de pé meio vacilante4 e examinou o lugar em torno, tentando decidir para que lado ir. Foi quando ouviu um rugido horrível, que parecia vir de bem perto. Correu para o lado oposto, mas não foi longe. Logo se viu encurralado5 em frente a um penhasco gigantesco, que barrava sua passagem. O rugido se aproximava cada vez mais.
Estava sem saída. De um lado, o penhasco intransponível; de outro, uma fera esfomeada que o cercava pronta para atacar. Então, viu um buraco no paredão de pedra e se meteu dentro dele com rapidez. A fera o seguiu até a entrada da caverna, mas foi surpreendida. Com uma pedra grande que achou na porta da gruta, o garoto golpeou a cabeça do animal com toda a força que pôde e a fera cambaleou até cair, desacordada.
Já fora da caverna, ele examinou o penhasco que teria que atravessar antes que o bicho voltasse a si. [...]
Laura Bergallo. A criatura. São Paulo: SM, 2005. p. 37-44.
LEITURA 2 Romance de aventura
1. O narrador do texto pode ser classificado como: *
1 ponto
narrador-personagem
narrador - observador
2. Em relação ao espaço, identique em qual(is) local(is) essa aventura acontece. *
1 ponto
Sua resposta
jasmimoliveira12:
1 - narrador-personagem
Soluções para a tarefa
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Resposta:1 - narrador-personagem
2- floresta,caverna, penhasco
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